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Fim de pesquisa científica dificulta obtenção da “pílula do câncer”

Fosfoetanolamina sintética deixou de ser estudada pela USP em março

Obter a fosfoetanolamina sintética, conhecida popularmente como “pílula do câncer”, não tem sido fácil para pessoas do Brasil inteiro, inclusive em Brusque e região.

Tida por muitos como a cura para o câncer, a fosfo deixou de ser fabricada após testes científicos que não comprovaram resultados, no início do ano, o que causou descontentamento de movimentos país afora.

Uma das pessoas que não concordam com o encerramento das pesquisas da pílula do câncer é Andreia Bodenmuller de Oliveira Hank, uma das integrantes do Movimento Brusque pela Liberação da Fosfo. Ela encabeçou um abaixo-assinado a favor da substância no ano passado e tem sido uma ativista a favor do medicamento.

Andreia diz que a pesquisa feita pelo Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP) não seguiu todos os parâmetros para atingir o sucesso. Essa mesma tese é encampada por vários institutos e movimentos pelo país.

Andreia diz que o fato de usar a mesma receita não significa que tudo foi feito exatamente como a pílula original, que, na visão dela, é eficaz no combate ao câncer. Além disso, ela afirma que os pesquisadores aceitaram pacientes voluntários que já tinham passado por outros tratamentos, enquanto não é o mais indicado.

“A  fosfo é dependente de um sistema imunológico bom”, diz Andreia, citando Gilberto Chierice, criador da fosfo. Desde que as pesquisas da pílula foram oficialmente encerradas, encontrá-la no mercado tem se provado difícil.

Andreia diz que os brusquenses que adquiriram esse direito judicialmente não têm conseguido o medicamento. Sem testes científicos, não há como produzir a fosfo em larga escala, e agora que a USP também largou a pesquisa, é praticamente impossível obter.

Suplemento alimentar
Em fevereiro, dois ex-colaboradores de Chierice anunciaram que iriam produzir a fosfo no Estados Unidos, e o brasileiros interessados poderiam comprá-la via internet. A substância é vendida no site como suplemento alimentar, portanto legalmente.

Ainda assim, Andreia e outros ativistas têm dúvidas sobre a eficácia da fosfo importada. Ela argumenta que não há como saber se são feitas seguindo à risca a receita original, mesma tese usada para contrariar a pesquisa da USP.

Apesar de, neste momento, a pílula do câncer ter sido aparentemente esquecida, Andreia e milhares de brasileiros continuam a acreditar na sua eficiência. Ela diz que viu muitas pessoas ficarem melhores por causa da pílula.