Financiamento de projetos é desafio para o Centro de Inovação de Brusque

Com a obra adiantada, comitê gestor se reúne para elaborar estratégias que garantam sustentabilidade ao espaço

Financiamento de projetos é desafio para o Centro de Inovação de Brusque

Com a obra adiantada, comitê gestor se reúne para elaborar estratégias que garantam sustentabilidade ao espaço

Membros do comitê gestor de implantação do Centro de Inovação de Brusque informam que a obra está bastante adiantada em relação ao cronograma original. Durante uma das últimas reuniões do colegiado, o secretário da ADR de Brusque, Ewaldo Ristow Filho, disse que a obra está cerca de 20 dias adiantada, e que até o fim do ano o prédio estará pronto para receber os acabamentos.

Com entrega prevista para 2018, o próximo passo do comitê gestor é discutir como será viabilizado o funcionamento do Centro. É preciso definir uma programação de eventos e projetos, parceiros e meios de financiamento para as atividades a serem desenvolvidas.

Esta, aliás, é uma das maiores preocupações do presidente do comitê gestor de implantação do Centro de Inovação, o reitor da Unifebe, Günther Lother Pertschy.

“A construção do prédio é a coisa mais básica e elementar. Não podemos permitir que se torne um grande elefante branco, ou meramente um local para abrigar escritórios de entidades já constituídas”, afirma o reitor.

Segundo ele, a manutenção das atividades será o grande desafio, uma vez que é necessária, para seu funcionamento, a contratação de pessoas.

Conforme o presidente do comitê, garantir a sustentabilidade das atividades está no centro das atenções de uma reunião que será realizada no fim de outubro, em Florianópolis.

Nessa data, serão reunidos todos os comitês de implantação do estado, com objetivo de discutir um modelo de financiamento para os Centros de Inovação.

“Vamos ter que achar uma engenharia financeira para mantê-lo. Não se pode esperar que a prefeitura ou o governo do estado ou federal subsidiem as pesquisas, isso dependerá de convênios e acordos”, avalia. “É preciso criatividade e união de esforços, caso contrário está fadado a só ser mais um prédio sem muito sentido”.

O exemplo de Lages
Até o momento, dos 13 Centros de Inovação planejados pelo governo do estado, apenas o de Lages está em funcionamento. Inaugurado em junho do ano passado, o espaço é financiado de maneira mista.

Inicialmente, cabe destacar que a gestão do espaço está a cargo do Instituto Orion, uma entidade sem fins lucrativos criada pela Associação Empresarial de Lages, em 2007.

O Orion firmou convênio com a prefeitura para administrar o espaço, e cabe a ele fazer a captação de recursos para manutenção das atividades.

A assistente administrativa Juliana Pessoa explica que a entidade recebe recursos da Federação das Associações das Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (Fampesc), via governo do estado, para custeio de despesas com manutenção – água, luz, telefone, etc.

O salário dos funcionários, por sua vez, são custeados com recursos levantados com serviços prestados. São recebidos recursos, por exemplo, de empresas que participam da incubadora: uma taxa inicial, uma mensal e um valor anual (2% do faturamento bruto).

Há também as empresas residentes no Centro de Inovação, que precisam desenvolver projetos inovadores nas áreas trabalhadas no espaço, assim como também recolher taxas. Atualmente, são 19 atuando no local.

Além disso, o Centro de Inovação de Lages arrecada recursos com locação de auditório para eventos e locação de salas de reunião.  

Atualmente, estão em construção as unidades de Brusque, São Bento do Sul, Tubarão, Joaçaba, Jaraguá do Sul, Chapecó, Blumenau e Itajaí.

O Centro de Inovação de Lages, único em funcionamento na atualidade | Foto: Divulgação

Segmentos a serem priorizados
no Centro de Inovação

Conforme o presidente do comitê gestor de implantação do Centro de Inovação de Brusque, outra discussão que está evoluindo é a relacionada aos segmentos econômicos a serem priorizados na unidade do município.

Segundo Pertschy, já está definido que setores já constituídos na região, como o têxtil, metalmecânico e calçadista serão privilegiados na elaboração de projetos, além do turismo.

Além disso, serão também contemplados espaços para tratar de soluções para cidades inteligentes, na mesma linha dos convênios firmados entre Brusque e municípios da Alemanha.

A criação de projetos relacionados à eficiência energética, tráfego e mobilidade são exemplos citados.

Também está sendo discutida a implantação de uma agência voltada a mudanças climáticas. Trata-se, segundo Pertschy, de uma questão da qual Brusque tem grande necessidade, em virtude das enchentes e inundações.

Em Lages, onde o espaço já existe, o funcionamento das atividades é bastante simples, segundo explica a administração. Além da incubadora de empresas, o Centro de Inovação lança periodicamente editais no qual seleciona projetos a serem desenvolvidos em seus laboratórios.

É obrigatório que o interessado apresente um projeto que seja inovador, ou seja, que traga algum tipo de conhecimento para ser aplicado nas áreas escolhidas. Na cidade da Serra, são aceitos projetos nas áreas de tecnologia da informação, automação, tecnologia da madeira, biotecnologia, entre outras.

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