Finlândia: o cerne do sucesso está na educação de base
A qualidade da educação em um país desempenha papel fundamental no desenvolvimento humano, social e econômico. Foi dentro desta perspectiva que, entre os 23 de agosto e 5 de setembro p.p, representando a Unifebe, participei de uma missão técnica de reitores organizada pela Associação Catarinense das Fundações Educacionais – Acafe. Foram dias de imersão no universo da educação, da pesquisa, da ciência, da tecnologia e da inovação na Finlândia e na Suécia. Classificados entre os países mais desenvolvidos e inovadores do planeta, a imersão contemplou desde o ensino pré-escolar até o doutorado. Conhecemos o modelo, a estrutura, o financiamento, estivemos com a alta gestão do governo da área educacional, em universidades, escolas de ensino fundamental e médio, e até escolinhas de bairro.
No ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), a Finlândia aparece em 2º lugar no quesito alfabetização. A Suécia conquistou a 10ª. posição na avaliação do PISA. Há muita similaridade nos sistemas de ensino dos dois países, assim, muitas situações encontradas nas escolas da Finlândia se repetem nas da Suécia e vice-versa. Tal como na Finlândia, o sistema escolar sueco está baseado na confiança e na autonomia. Neste artigo, vou me ater a Finlândia, país que tive a oportunidade de conhecer melhor.
A Finlândia é uma república parlamentar em que o primeiro-ministro é o chefe de governo e o Presidente é o chefe de Estado. Não existem estados federados, apenas o governo federal e o governo municipal, composto por 309 municípios, mas o país esta dividido em 19 regiões, e 70 sub-regiões. Em termos territoriais, a Finlândia (338.424 km²) se compara ao estado de Goiás (340.111 km²). Santa Catarina (95.730 km²) detém 1,1% do território brasileiro e se equipara ao território de Portugal. A população da Finlândia, em 2024, é de 5.603.851 habitantes, enquanto Santa Catarina possui 8.058.441 habitantes.
Na Finlândia estivemos em Helsinque (600 mil habitantes), capital do país. Em Turku (195 mil habitantes), a mais antiga cidade finlandesa, fundada no século XIII. E também em Tampere, a cidade mais populosa do interior, onde dos 500 mil habitantes, 5 mil trabalham com Inteligência Artificial, ou seja, 1% da população. Turku e Tampere também já foram a capital da Finlândia, e, assim como Helsinque, possuem importantes universidades onde pesquisa, empreendedorismo e inovação estão inseridos nas universidades.
A Finlândia é reconhecida por seu sistema educacional equitativo e de alta qualidade. Conhecida como “super potência” da educação, o país prioriza a igualdade de acesso à educação e possui um currículo focado no desenvolvimento holístico dos alunos. É notório por sua ênfase na igualdade e inclusão. O sistema é público e o país é considerado o mais feliz do mundo.
Na Finlândia, desde 1956 o objetivo da educação é a equidade. São 2 mil escolas, das quais 40 são particulares, mas nenhuma pode cobrar. Em nível nacional, existe o Ministério da Educação e Cultura (MEC), responsável pela legislação. E uma Agência Executiva, que implementa e acompanha a educação no país. Os municípios possuem grande autonomia e decidem onde investir os recursos financeiros na educação. O ensino fundamental inicia com 7 anos, quando passa a ser obrigatório. Do 1ª ao 5º ano, o mesmo professor leciona todos os conteúdos, sendo no máximo 20 alunos por turma.
O ensino da história é ponto essencial, usam as informações e dados do passado, no presente, para projetar o futuro, para não repetir os erros e fortalecer os acertos. A música, as artes, as línguas e a matemática, junto com a história, constituem o cerne da formação escolar em todos os níveis. E depois dos médicos e advogados, a profissão de professor é a mais disputada no país.