Fiscal da Fundema é barrado em portaria de indústria no Rio Branco
Prefeitura de Brusque acionará judicialmente a empresa por desacato e por atrapalhar investigação de denúncias ambientais
Prefeitura de Brusque acionará judicialmente a empresa por desacato e por atrapalhar investigação de denúncias ambientais
Uma tinturaria situada no bairro Rio Branco, cujo nome não foi divulgado, será acionada na Justiça pela Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema), após um fiscal do órgão público ser barrado em sua portaria durante diligências.
O servidor, mesmo deixando claro ter poder de polícia para acessar a indústria, foi impedido de entrar para fazer os levantamentos necessários. O profissional da Fundema estava apurando denúncias de descarte irregular de efluentes em ribeirões durante a noite da última quarta-feira, 1º.
“Ao receber os vídeos de poluição no curso fluvial, acionei o fiscal, que se dirigiu nas duas empresas possíveis para este tipo de descarte. Na primeira verificou-se que não havia descarte e na segunda ele foi barrado na portaria. Devido a isto, iremos acionar esta empresa e seus representantes por desacato e por prejudicar uma investigação”, frisa o superintendente da fundação, Cristiano Olinger.
Conforme Olinger, o problema de efluentes é algo que atrapalha a sustentabilidade ambiental em Brusque há décadas. “Algo dessa magnitude passa não só por uma fiscalização mais forte e onerosa, mas pela conscientização da população. Isso não se resolve da noite para o dia”, continua.
O superintendente cita a criação de um grupo de trabalho envolvendo o Instituto do Meio Ambiente (IMA SC), Associação de Crédito e Assistência Rural do Estado de Santa Catarina (Acaresc), Instituto Itajai Sustentável, Polícia Militar Ambiental, Serviço Municipal de Água, Saneamento Básico e Infraestrutura de Itajaí (Semasa), além de órgãos municipais e estaduais. As entidades buscam alternativas para impedir qualquer descarte no rio, seja industrial, residencial ou público.
“Tenho esperanças de que com a união de todos e o auxílio da população, iremos buscar algo não momentâneo, mas, sim, perene. A Fundema já fez a contratação de um efetivo engenheiro químico justamente para dar maior suporte nestas questões. Este ano, ainda, estará adquirindo, com um valor provindo do Samae, um veículo laboratório para monitorar continuamente a qualidade dos efluentes lançados e também do rio. Também nos afronta ver tamanha poluição e podem ter certeza que buscamos algo que faça a diferença”, finaliza.