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Fisiculturismo ganha espaço entre atletas de São João Batista

Apesar de pouco reconhecido, esporte tem atraído olhares e interesse para as competições

Determinação tem sido o guia para quatro atletas batistenses. Carla Mariana da Silva de Melo, 26 anos, Willian de Melo, 29, Wendel Fraga, 29, e André Luis Vargas, 34, são fisiculturistas e já subiram ao palco representando São João Batista em competições desde estreantes até internacionais.

A primeira a ingressar no esporte no município, foi Carla, após conhecer uma competidora. “O preparador dela viu potencial em mim e me convidou, me apresentou o esporte e logo me encantei”, conta.

Para a primeira competição de estreantes de Santa Catarina, em 2014, a atleta levou dois anos para toda a preparação física. Depois, participou de outras competições até chegar no Arnold Classic, campeonato internacional, que ocorreu em São Paulo. “É um campeonato do ator Arnold Schwarzenegger. Para mim foi a experiência mais incrível em um palco. Nunca me imaginei competindo e, em tão pouco tempo, fiquei em Top 6, num campeonato internacional”, comemora.

Após Carla ingressar no esporte, o marido Willian também se interessou pelo fisiculturismo e recebeu bastante incentivo do preparador da esposa. Foram três anos de preparação até alcançar o físico ideal para a competição de estreantes, em 2017. “Fiquei em segundo lugar e depois fui para a disputa estadual, onde fiquei em quarto lugar”, conta.

Em 2018, a atleta voltou a disputar o campeonato estadual e desta vez conquistou o troféu de 1º lugar.

Willian, que também é proprietário de uma academia, passou a incentivar os alunos para o fisiculturismo e, há seis anos, começou a treinar André para competir. “Comecei a treinar com 18 anos, mas com o convite do Willian voltei meus treinos para as competições de fisiculturismo”, lembra.

Em 2018 foi a primeira vez que André subiu no palco, no campeonato de estreantes, na categoria Sênior 90 kg. “Fiquei em 3º lugar. Três semanas depois já fui competir o estadual e baixei o peso para 85kg e fiquei em 2º lugar”, conta.

Neste ano foi a vez de Wendel estrear nas competições, após acompanhar os amigos nas disputas. Formado em Educação Física e acadêmico de Fisioterapia, o atleta já possuía uma rotina de treinos.

Por isso, a preparação para a primeira competição levou apenas seis meses. “Decidi colocar meu corpo à prova e ver até onde ia minha determinação e comprometimento. Com isso, conquistei o segundo lugar no campeonato de estreantes, que ocorreu no dia 18 de maio, em Balneário Camboriú”, diz.

Agora, o educador físico já visa o estadual, que ocorrerá também em Balneário Camboriú, em 22 de junho.

Esporte de foco
Para os quatro atletas é unânime que o fisiculturismo transforma vidas, pois se torna um estilo de vida. “Mudei muito com o fisiculturismo. Nunca terminava as coisas que iniciava. Desistia quando ficava complicado. Hoje vejo que posso conquistar tudo por mais difícil que seja”, afirma Carla.

Ela ressalta que o fisiculturismo vai além da estética, pois os treinos são voltados para enquadrar o corpo em uma categoria e em um padrão. “Fizemos o que tem que fazer. Passamos estresse, fome, sede e fizemos por amor ao esporte, que ainda não é visto com bons olhos no Brasil, por isso ainda não temos muito apoio”, comenta.

Willian ressalta que o fisiculturismo é um esporte de alto rendimento, o qual leva o corpo ao extremo. “É uma modalidade esportiva que a gente leva no corpo. Talvez seja por isso que ainda não é bem visto, porque as pessoas não entendem o foco e tudo que a gente passa para conquistar um troféu”.

Para o atleta André, o esporte é algo que traz alegria, pois o que para muitas pessoas é sacrificante manter uma dieta ou rotina de treino pesado, para ele é prazeroso. “Gosto de seguir cronogramas, ter metas. Isso me incentiva sempre a dar o melhor de mim”, diz.

Acompanhamento médico
Wendel alerta que iniciar as preparações para transformar o corpo para o fisiculturismo é necessário seguir as orientações e todo cuidado médico. Além de um preparador físico, o atleta informa que é preciso fazer acompanhamento médico regularmente, além de nutricionista.

“Seguimos dietas com suplementos e medicações manipuladas que precisam da aprovação médica, pois podem haver os efeitos colaterais que podem ser até fatais”, diz.

Além do cuidado com o físico e a saúde, Willian lembra que é preciso estar com a mente focada.

“No dia da competição, por exemplo, o atleta não pode fazer nada, apenas ficar deitado, com as pernas para cima, recebendo comida e água do treinador nos horários corretos, sem pensar em nada. Pois um erro pode refletir no corpo, como a retenção de água, e prejudicar o resultado no palco”, conta.

Apesar das dificuldades e desafios que os atletas enfrentam para se manterem no esporte, todos possuem objetivos nas competições, mas principalmente, buscam o reconhecimento. Em São João Batista mais pessoas já estão mostrando interesse pelo esporte. “Comecei a treinar mais três alunos que desejam competir. Isso é bastante gratificante”, revela Willian.