Focos positivos do Aedes aegypti aumentaram 165% em Brusque neste ano
Até 30 de novembro foram encontrados 170 focos do mosquito
A proximidade do verão faz com que a preocupação com a proliferação do Aedes aegypti se torne ainda maior, já que as temperaturas mais altas favorecem a reprodução do mosquito transmissor da dengue.
Em Brusque, até sexta-feira, 30 de novembro, a Vigilância Epidemiológica já encontrou 170 focos positivos do mosquito que transmite também o Zika vírus e a Chikungunya. O número preocupa o órgão, já que em 2017, foram 64 focos o ano todo, ou seja, em 2018, os focos do mosquito em Brusque mais do que dobraram.
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Brusque, Letícia Figueredo, destaca que os bairros considerados infestados continuam sendo Nova Brasília e Santa Terezinha, porém, o bairro Santa Rita também tem registrado um aumento significativo no número de focos, principalmente devido à proximidade com as localidades infestadas.
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Letícia diz que a Vigilância atua no combate ao Aedes aegypti o ano inteiro, entretanto, a população começa a prestar mais atenção somente no período de calor. “O período de evolução do mosquito é com temperatura acima de 23 graus. Temos essa temperatura praticamente o ano todo. No inverno, não costuma se encontrar focos, mas este ano tivemos alguns nos meses frios porque a população se descuida”.
Apesar do aumento significativo no número de focos, Brusque não registrou nenhum caso positivo da doença neste ano. “Todos os casos suspeitos foram descartados e agora estamos aguardando o resultado de um paciente suspeito”.
Mutirão contra a dengue
Na semana passada, a Vigilância Epidemiológica de Brusque realizou a Semana de Mobilização contra a Dengue. As ações tiveram como foco a atuação em três frentes: mutirão de limpeza de vários cemitérios da cidade; orientação à população em pontos estratégicos; e uma programação especial no Centro de Educação Infantil (CEI) Noêmia Fialho I, no centro da cidade.
A turma de 22 alunos da professora Valdete Rodrigues recebeu orientações sobre o combate da proliferação do mosquito e, também, participou de atividades educativas e de formação de agentes multiplicadores.
“Nós formamos 22 alunos como agentes mirins de combate ao Aedes Aegypti, um trabalho que começou em abril e teve seu encerramento agora, com a entrega de certificados. Além disso, os alunos realizaram visitas na vizinhança do CEI, acompanhados pelos agentes de endemias, para fiscalizar a situação sobre água parada”, comenta a coordenadora do programa de Combate a Endemias, Letícia Figueiredo.
A orientação à população em geral também foi intensificada em três pontos da cidade: na Praça da Cidadania, na Praça Barão de Schneeburg e nas imediações de dois shoppings lojistas na rodovia Antônio Heil. Nos locais, os técnicos distribuíram material educativo e orientaram a comunidade sobre o combate ao mosquito.
Cemitérios
A fiscalização dos agentes de combate à dengue visitou sete cemitérios na semana passada: Águas Claras, Dom Joaquim, Paquetá, Parque da Saudade, Nova Brasília, Santa Terezinha e Evangélico.
Sempre procurando por vasos e outros objetos que podem reter água – espaço ideal para proliferação de mosquitos – os agentes atuaram no recolhimento e destinação correta desse material. Por ano, em média, três mutirões são realizadas em cada cemitério, visando identificar possíveis criadouros dos mosquitos.
Letícia explica que mesmo com todo o trabalho de divulgação na sociedade, ainda é corriqueiro encontrar muitos recipientes que podem acumular água, inclusive os vasos com flores artificiais enrolados com plásticos.
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“Com a chegada do verão e do período com maior chuva, devemos redobrar a atenção e a fiscalização, evitando doenças como a dengue, febre amarela, zika vírus e chikungunya”, finaliza.
Guabiruba e Botuverá
Em Guabiruba, o número de focos positivos do mosquito Aedes aegypti também aumentou neste ano. De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica do município, Ana Lúcia Tolentino, já foram quatro focos encontrados: um no São Pedro, um no Centro e dois no Guabiruba Sul.
Em 2017, foi encontrado somente um foco no município. “Sabemos que o mosquito está circulando na cidade, então pedimos que a população redobre a atenção, não deixe lixo acumulado e mantenha seus terrenos sempre limpos”.
Já em Botuverá a situação é bem diferente. O município nunca registrou foco positivo do mosquito. “Nunca encontramos nada, nossas armadilhas sempre dão negativas. Esperamos continuar assim. Em novembro, fizemos um bota-fora, e a população destinou artigos que o caminhão de lixo normalmente não recolhe, e demos um destino correto, o que já contribui muito para a não criação de focos”, destaca a coordenadora da Vigilância Epidemiológica do município, Leila Catiane Pedrini Eyng.