Foi-se metade da primeira fase, e o Brusque ainda sofre para se reencontrar
Quadricolor não demonstra mais do que lampejos de bom futebol e não tem opções suficientes no meio-campo
Passadas cinco rodadas, das quais as três últimas foram muito preocupantes, é possível colocar em debate algumas questões relacionadas à má fase do Brusque nestas duas primeiras semanas de temporada.
Uma é irremediável e inevitável. Não ter o Augusto Bauer à disposição neste momento prejudica muito o desempenho. O Estádio das Nações é varzeano, ninguém se adaptou com o gramado no qual a bola mais quica do que rola. O velho Gigantinho, com todas as suas questões, é muito melhor. De qualquer maneira, o Brusque perderia muito mesmo se fosse mandante em outro local.
Outra questão é relacionada ao elenco, que é muito curto no meio-campo. E isto tem reflexos no aspecto ofensivo da equipe. Além de dois garotos da base como recursos de emergência, Luizinho Lopes tem cinco jogadores no setor: Madison, Rodolfo Potiguar, Jhemerson, Serrato e Dionísio. É um quinteto de volantes, com diferentes características, alguns com atributos mais ofensivos, mas são volantes. Tendo boa vontade na lista, é possível incluir Dentinho, que às vezes atua pelo meio, mas é um atacante. Ou seja, é necessário trazer reforços.
Repare que Dionísio passou quase todo 2023 parado por lesão no joelho e pode levar tempo para pegar ritmo. Serrato, outra novidade para esta temporada, começou muito mal, com muito mais erros que acertos.
No mais, a impressão que o time passa em algumas atuações é de que não é necessário correr. Isso foi corrigido, em partes, no segundo tempo contra o Joinville. O fato de ter mantido a base vice-campeã da Série C deveria ser uma vantagem, deveria demonstrar um time entrosado. Em vários momentos, parece que os jogadores se conheceram anteontem, com raros lampejos de qualidade.
Em apenas duas semanas, passaram-se cinco de 11 rodadas, metade da primeira fase. O Brusque precisa se reencontrar logo. É o sétimo colocado e ainda nem jogou contra os atuais três primeiros colocados: Avaí e Criciúma, fora; e Marcílio Dias, em casa.
Contra o Nação, o time foi um desastre. Contra o Joinville, poderia ter levado três no primeiro tempo sem problema, mas mostrou uma melhora no segundo. Para vencer o Concórdia fora de casa nesta quarta-feira, 7, ainda precisa de muito mais.
O estádio
O Estádio das Nações é inviável. A diretoria quadricolor o escolheu porque era a opção com maior custo-benefício: perto de Brusque, pouco custo, sem compartilhar mando com ninguém. Mas hoje se vê como não há condições. A grama é ruim para o jogador, a arquibancada é muito distante do campo e as cabines de imprensa têm péssimo ângulo de visão. A chuva pôs, literalmente, por água abaixo, os esforços tardios nas melhorias do gramado. Os problemas são muitos.
Sabe-se lá por qual motivo o estádio foi liberado nos dois primeiros jogos. Os problemas listados pela PM e que motivaram a interdição parcial já existiam antes. Talvez estivessem procurando uma razão a mais. E as organizadas de Brusque e Figueirense deram o motivo na confusão de 27 de janeiro.
A Polícia Militar que atua na cidade simplesmente não parece querer que jogos sejam realizados lá. O presidente Danilo Rezini já havia comentado na quinta-feira, 1º, sobre a intransigência da PM. Na nota emitida em que relata os resultados da vistoria mais recente, a PM aponta diversos motivos justos. Mas também afirma que o estádio não comporta eventos esportivos com público porque se localiza em área residencial; não tem de estacionamento para os torcedores; e causa sérios transtornos à mobilidade. Ora, se o fato de estar em área residencial é justificativa, nem o Heriberto Hülse e o Orlando Scarpelli deveriam ter público, por exemplo.
Em condições ainda piores do que as atuais, o Estádio das Nações teve jogos do Camboriú em 2022 e 2023, até mesmo com final de Catarinense e Copa do Brasil. Foi barrado durante a Série D do ano passado.
O Brusque analisa o que vai fazer daqui para frente. Faltam três jogos como mandante na segunda fase. Serão mais três se chegar à final, algo bem difícil de imaginar se não o time não melhorar. Tomara que nunca mais seja necessário mandar uma partida em Balneário Camboriú.
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