“Foi uma aliança boa para Santa Catarina, mas está havendo um distanciamento”, diz Raimundo Colombo
Ex-governador Raimundo Colombo afirma que reedição de coligação com MDB é díficil
Ex-governador Raimundo Colombo afirma que reedição de coligação com MDB é díficil
O ex-governador Raimundo Colombo, pré-candidato ao Senado pelo PSD, esteve em Brusque nesta segunda-feira, 14, onde participou de reuniões políticas e de eventos.
Ele também visitou o jornal O Município, onde concedeu entrevista na qual falou sobre diversos temas de seu governo e da campanha eleitoral.
Colombo comentou, por exemplo, o atraso do início da obra da barragem de Botuverá.
“Esse é um dos grande problemas do Brasil, se leva cinco anos a mais para fazer uma obra”.
Também falou sobre a situação do seu partido, o PSD, em Brusque, já que, mesmo após ter governado o município por 14 meses, em um período pré-eleitoral, não teve força sequer para lançar um candidato a prefeito.
“Eu vi o resultado [da eleição], sei que ele foi adverso. Não sei quais as condições, mas há necessidade de reconstruir. Brusque é uma cidade muito importante, as ideias do partido têm muito a ver com a cidade, é uma questão de encontrar as lideranças certas”.
Nesta entrevista, Colombo também fala sobre as possibilidades de coligações para 2018, as medidas tomadas pelo seu sucessor, Eduardo Pinho Moreira (MDB), e também sobre as bandeiras de sua futura candidatura.
O ex-governador afirma que esta fase do ano eleitoral, historicamente, é um período de conversas em busca de escolhas. Na avaliação dele, existem algumas coligações mais fáceis de ocorrerem, e outras que estão ficando mais distantes.
As definições, porém, não devem vir tão cedo. “Vamos ficar junho inteiro patinando”, avalia.
Questionado sobre quais alianças são mais prováveis e quais são improváveis, Colombo disse ver se esvair a possibilidade de coligar novamente com o MDB.
“Eu fui muito ajudado nas alianças com o MDB e através do Luiz Henrique da Silveira o PMDB inteiro me ajudou em três eleições”, diz. “Foi uma aliança boa para Santa Catarina, mas está havendo um distanciamento”.
“Isso está acontecendo, é o que eu sinto dos meus companheiros da base. Ao se distanciar deste bloco, começa a se aproximar de outros, o PSDB, o PP e o PSB. Tudo isso ainda uma coisa muito inicial, mas é este o movimento que está acontecendo”.
O ex-governador é comedido ao comentar sua relação com o atual mandatário, Eduardo Pinho Moreira.
“Cada um tem um estilo, uma personalidade, eu o respeito, como ex-governador não me cabe ficar fazendo avaliação e nem interferência”, afirma.
“Se for consultado, vou colaborar e se não for não vou atrapalhar. Estou torcendo que faça o melhor possível, mas não estamos tendo contato”, continua.
Segundo Colombo, há um “distanciamento e é natural que isso aconteça”, referindo-se a Pinho Moreira. “O meu papel agora é construir a minha caminhada”.
Colombo afirma que, se tivesse continuado no cargo, não teria promovido a desativação de Agências de Desenvolvimento Regional (ADRs), como foi feito pelo sucessor, medida que extinguiu, inclusive, a ADR de Brusque.
“Quando você assume um compromisso na eleição, leva até o final. Eu assumi o compromisso de manter o modelo e eu não alteraria”.
O ex-governador concorda, porém, que não seria de todo mal reavaliar a quantidade de ADRs.
“Eu não considero errada a estratégia, talvez não tenha sido feita na hora certa, diminuir um pouco não seria errado, acho errado extinguir todos”.
Segundo ele, a estrutura é necessária porque “se concentrarmos tudo na capital voltamos ao que era antes, que não deu certo”. Na avaliação dele, o ideal é que a medida adotada por Pinho Moreira ocorresse durante o próximo mandato.
No ano passado, Colombo anunciou a reedição do Fundo de Apoio aos Municípios (Fundam), programa no qual o governo do estado pega dinheiro emprestado e transfere às prefeituras a fundo perdido.
Porém, meses depois o sucessor veio a público informar que não haveria mais a liberação de recurso aos municípios, o que acabou por frustrar a expectativa de prefeitos catarinenses.
Houve precipitação no anúncio? “Não houve precipitação”, responde o governador, “consegui autorização da Presidência da República e da Secretaria de Tesouro Nacional, o BNDES disponibilizou o dinheiro”.
Ele afirma que a burocracia interna do BNDES, financiador do Fundam, é que emperrou a liberação de recursos. Segundo Colombo, não era possível vencê-la em ano eleitoral. No próximo ano, garante, será possível.
“Em um novo governo, no ano que vem, com certeza esse projeto vai voltar. Defendo que ele seja novamente feito”.
Segundo Colombo, suas bandeiras na campanha ao Senado terão como base a redução da ineficiência do Estado brasileiro.
“O Estado brasileiro ficou muito grande, há muitos órgãos de controle, de fiscalização custo muito elevado, temos uma crise enorme”.
“O nosso sistema de democracia está se mostrando ineficiente, lento, por isso se vê surgir movimentos de ruptura. O trabalho de um senador é fazer com que o estado funcione melhor e com menor custo”, avalia.
Para Colombo, o ideal seria fazer uma nova Constituição, mas como isso é impossível, “temos que ir fazendo as correções que sejam possíveis, fazer as grandes reformas, a da Previdência, senão a gente vai quebrar”, conclui.