Lucas Gabriel Cardoso/Arquivo Brusque FC
Força caseira: Brusque repete grande sequência em casa e se aproxima de números de 2010-11
Marreco tem 17 jogos de invencibilidade no Augusto Bauer, e está a quatro de superar marca histórica
O Brusque vive um momento histórico jogando no Augusto Bauer, somando 17 partidas sem perder no estádio do qual é locatário, desde 29 de setembro de 2019. Foram 13 vitórias e três empates até aqui. Em 2020, são 11 partidas, com oito vitórias e três empates, representando 81,82% de aproveitamento em casa. A série já se aproxima das 22 partidas de 2010 e 2011, quanto o Marreco passou mais de um ano sem perder em seus domínios.
Um dos fatores para o bom desempenho está no banco. Jerson Testoni era o técnico do Brusque em todas as partidas. Seu aproveitamento já é de 88,24% em casa, com 14 vitórias e três empates. Não obteve uma derrota sequer no Augusto Bauer nesta passagem como técnico, que começou em 30 de setembro de 2019.
Desta forma, e segue as pegadas de Waguinho Dias, técnico que auxiliou na Série D do Brasileiro e que teve passagem mais efêmera: teve oito partidas no Gigantinho, venceu sete e empatou uma, com 91,67% de aproveitamento.
A grande fase do Brusque também compensa a ausência de torcida em meio à pandemia. Em 2020, a média foi de 2.822 torcedores presentes nas seis partidas com público no estádio. A média de público de 2019 foi de 1.975 presentes. Todos os jogos de 2020 entrariam na lista daqueles com os maiores públicos do ano anterior. Mesmo sem a força do torcedor e os pequenos caldeirões formados no Augusto Bauer, o time tem mantido o desempenho. Outras cinco partidas não tiveram torcida, mas foram acumuladas quatro vitórias e um empate.
Há uma década
A sequência começou depois de quatro derrotas seguidas no Gigantinho durante o Catarinense de 2010, três delas, consecutivas, sem marcar gol (Brusque 0x2 Hermann Aichinger, Brusque 0x1 Metropolitano e Brusque 0x2 Avaí). A partir de então, o time engatou diversas vitórias, terminou a Copa Santa Catarina de 2010 com o título e sem perder em casa, e ainda venceu o Atlético-GO pela Copa do Brasil de 2011. Quem conseguiu frear o voo do Marreco foi a Chapecoense, com vitória por 1 a 0 em 17 de abril, pela última rodada do returno do estadual de 2011.
O presidente do Renaux, Altair Heck, o Taico, explica que passou a permitir mais treinamentos no campo para testar a qualidade do gramado. “Estou em contato frequente com a comissão técnica, incluindo o técnico do Brusque, Jersinho [Testoni], que tem dado um retorno positivo sobre o estado do gramado. O Brusque vinha pedindo para realizar os treinos, e passamos a permitir. Às vezes três, quatro vezes por semana”, comenta.
A frequência dos treinos já mudou novamente com uma circular da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) emitida em 28 de agosto, proibindo clubes participantes de competições coordenadas pela entidade de realizar quaisquer treinos no campo de jogo. A exceção é o dia anterior à partida. Normalmente, o Brusque treina no estádio Augusto Bauer uma vez por semana.
O novo tapete verde pode não estar mais tão novo, mas a qualidade ainda é satisfatória. “O gramado tá em boa qualidade. A única dificuldade é que não temos como treinar muito, até pra preservar. Mas é muito tranquilo. A grama estava um pouco alta, mas foi em função do inverno. São 17 jogos sem perder em nossa casa, não tem nem o que falar, o campo dispensa comentários, nos dá qualidade para trabalhar”, comenta o técnico Jerson Testoni.
Se, antes da troca, o gramado em piores condições poderia ser considerado pelos adversários como uma arma do quadricolor, a grama nova facilita a vida dos jogadores do Brusque, que continuam se impondo em casa.
“A grama com esta qualidade facilita para nós, jogadores, trazendo menos desgaste físico e psicológico. Foi muito bom, e a prova disso está nos nossos jogos. Estamos conseguindo fazer o que fazemos de melhor: colocar a bola no chão, com luta e determinação para vencermos os adversários. E é um fator importante, sim, a qualidade do gramado para os jogos”, analisa o lateral-esquerdo Aírton.