Formatura marca o centenário do Tiro de Guerra de Brusque
Evento reuniu ex-atiradores das turmas de 1951 e 1966 na noite de quinta-feira, 10
A noite de ontem foi marcante para o Tiro de Guerra de Brusque, com a solenidade de formatura do Centenário. Para a cerimônia, foram chamados os ex-atiradores da turma de 1966, que completaram neste ano também o aniversário de 50 anos. Além disso, os pracinhas que participaram da Segunda Guerra Mundial, Arnoldo Lana e Erwin Riffel, foram homenageados e foi cantada a eles a Canção do Expedicionário.
O médico João Antônio Schaefer, o doutor Nica, também recebeu uma homenagem póstuma por ter coordenado o TG por 46 anos. Junto aos familiares, foi colocada uma coroa de flores em frente ao monumento em memória aos pracinhas da Segunda Guerra Mundial.
O subtenente Tomaz Jacinto Rodrigues, chefe de instrução, afirma que o evento foi para, além de comemorar os 100 anos do Tiro de Guerra, reverenciar as pessoas que passaram por lá. “É um ato simples, mas significativo”, afirma.
O Tiro de Guerra de Brusque é um dos mais antigos do Brasil em funcionamento. Para o subtenente, o centenário do TG representa para o Exército Brasileiro um ganho muito grande, especialmente para os jovens atiradores, pelo aprendizado que recebem sobre disciplina, civismo e cidadania. “Tudo que aprendem aqui, posteriormente repassam para a sociedade. É um reflexo”, diz.
Além dos amigos do TG, o evento foi prestigiado pelo ex-atirador da turma de 1951, Eduardo Artur Pereira, 84 anos. “É muito bom estar aqui vivo, pois jamais esperaria estar aqui sozinho, andando, para comemorar os 100 anos”, comenta.
Para Pereira, o período que serviu ao Exército representou muito em sua vida. “Todo cidadão deveria servir ao Exército. Foi depois do TG que me senti um cidadão brasileiro de verdade e tenho grande orgulho”, conta.
Entusiasmado, Oscar Lauritzen, 69 anos, da turma de 66, participou da solenidade e desfilou ao lado dos colegas de turma. “É uma alegria muito grande voltar no Tiro de Guerra para comemorar os 100 anos”.
Gilson Roberto Deichmann, 69 anos, também da turma de 66, avalia que o TG é uma marca na vida de Brusque. Ele conta que seu pai também foi um ex-atirador na turma de 1928. “Acho que todo jovem deveria passar por aqui, pois eu aprendi bastante de civismo, valores que realmente importam. Foi no TG que complementei o que recebi em casa”, diz.
Amigo do TG
Um dos momentos que chamou a atenção antes mesmo do início da cerimônia foi quando Ivo da Silva fez flexões no meio de todos os presentes. 101, como prefere ser chamado, trabalhou por 23 anos no TG, realizando serviços gerais, e sempre que pode frequenta o espaço. “Eu gosto de estar aqui, considero como minha segunda casa. Sinto muito orgulho de ter trabalhado no TG”, diz.
Para ele, a energia que tem aos 71 anos é pelo fato de não desanimar. “A gente não pode recuar, não pode dar moleza para o corpo, o físico é a melhor coisa do mundo”, aconselha.