Secretário de Saúde apresenta medidas para melhorar serviços
Humberto Fornari fez um balanço sobre a sua gestão e respondeu questionamentos na Câmara de Vereadores
O secretário de Saúde, Humberto Fornari, esteve, nesta terça-feira, 14, na Câmara de Brusque para falar sobre o trabalho na pasta. A área tem sofrido críticas há meses, com falta de remédios e demora e consultas. Fornari foi ao parlamento por solicitação dos vereadores, que aprovaram requerimento na sessão anterior.
Ele foi sabatinado pelos parlamentares. Mas, antes disso, falou por meia hora e apresentou vários números, por exemplo, há 14 mil consultas com especialistas que estão represadas.
Segundo o secretário, há pacientes esperando desde 2015. O programa Fila Zero, anunciado na semana passada, visa zerar essa demanda.
Ainda de acordo com Fornari, assim que assumiu a secretaria, ele soube que 114 pacientes da rede municipal de saúde poderiam ter sido operados, mas o município não o fez. Agora, a pasta tenta reverter a situação com o governo do estado – que é quem paga a cirurgia -, mas sem sucesso.
Diante disso, a Secretaria de Saúde trabalha numa reformulação do seu protocolo de atendimento para tentar melhorar a saúde no município. Essa reforma inclui desde mudanças no quadro funcional, com a inclusão de setores financeiros e administrativo, até a criação de mais equipes de saúde.
Fornari anunciou que a Secretaria de Saúde irá focar na formação das Estratégias de Saúde da Família (ESF) – equipes multiprofissionais que atendem nos bairros. Segundo Fornari, o objetivo é que os ESF funcionem mesmo quando, excepcionalmente, estiverem sem médicos.
O secretário de Saúde afirmou que serão feitos protocolos de atendimentos, para que enfermeiros e técnicos atuem de forma mais contundente. Ele contou que, em 2005, visitou o sistema público de saúde da Suécia, onde as equipes de saúde são menos centralizadas no médicos.
Hoje, a cobertura de ESF ainda não chega a 100% em Brusque. A meta da gestão de Fornari é cobrir toda a cidade. A ideia é que o médico do estratégia da família atenda doentes crônicos, enquanto o médico do pronto atendimento atenderia os outros pacientes.
Pasta desorganizada
Fornari voltou a afirmar que pegou a Secretária de Saúde em situação precária. Ele disse que o início de ano é período no qual muitos médicos vão fazer residência médica, por isso há falta de profissionais. Mas também acrescentou que faltavam enfermeiros e outros profissionais de saúde.
Fornari reafirmou aquilo que disse em entrevista ao O Município há alguns dias, que a falta de remédios é causada porque a gestão anterior não deixou a processo licitatório pronto. Segundo o secretário, alguns medicamentos, que são comprados através da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi), estão disponíveis, mas o os outros só virão quando a licitação for realizada, daqui cerca de 30 dias.
Almoxarifado
Fonari disse que o estoque da secretaria estava com problemas. “Havia 500 quilos de medicamentos vencidos. Entendemos hoje que houve uma compra excessiva e relativamente desorganizada”.
De acordo com o secretário de Saúde, o controle de remédios estava errado. “O almoxarifado estava praticamente vazio, desabastecido. Apresentava alguns itens presentes que não existiam no [controle do] almoxarifado, outros que não constavam e se faziam presentes”, disse.
Frota defasada
Fornari também informou que três ambulâncias da Secretaria de Saúde estavam quebradas, abandonadas e não têm condições de serem reparadas. Duas delas eram usadas pela pasta, enquanto uma era do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
“Somente depois que o Ministério da Saúde fez a doação de uma ambulância é que conseguimos remontar o nosso Samu. Hoje são quatro equipes, precisamos remontar para seis equipes, para as folgas e férias”, afirmou o secretário.