Fórum em Guabiruba destaca necessidade de integração na mobilidade urbana
Especialistas, poder público e comunidade participaram de palestras sobre o tema
Especialistas, poder público e comunidade participaram de palestras sobre o tema
A mobilidade urbana deve ser pensada de forma abrangente, para que contemple todos os modais, afirma o coordenador do projeto Bicicleta nos Planos, Ivo Leonardo Schmitz, o Leo. Ele foi um dos palestrantes do 1º Fórum de Mobilidade Urbana de Guabiruba, realizado nesta segunda-feira, 20.
Leo é voluntário da Associação de Ecoturismo, Preservação e Aventura do Vale do Itajaí (Assepavi) e também coordena o projeto, que tem como objetivo promover a inclusão da bicicleta nos planos de mobilidade pelo país.
A Assepavi se inscreveu na campanha Bicicleta nos Planos, promovida pelas associações Bike Anjo e União de Ciclistas do Brasil (UCB), e foi uma das poucas selecionadas em todo o país. Com isso, Leo passou a coordenar o projeto em Guabiruba.
Por meio da campanha, a Assepavi recebeu apoio financeiro e técnico para promover a inclusão do modal da bicicleta no Plano Municipal de Mobilidade Urbana (PMU).
O apoio financeiro consistiu em recursos para coffee break e outros pequenos gastos para palestras, fóruns e outros eventos. Além disso, um representante da UCB esteve em Guabiruba para dar orientações sobre como abordar o tema.
O fórum é um resultado prático desta campanha. É realizado pela Assepavi em parceria com a Coordenadoria de Trânsito de Guabiruba (GBTran). Leo diz que o principal é fazer com todos participem do planejamento da mobilidade urbana, por isso o encontro é importante.
O coordenador do projeto foi um dos palestrantes. Ainda que seja adepto da bicicleta, Leo afirma que é superficial afirmar que é preciso privilegiar este modal no contexto do PMU.
“Nenhum modal resolve 100%, é uma agregação de todos. A palavra certa é integração”, diz o coordenador do projeto.
A coordenadora da GBTran, Mariana Reis, afirma que essa integração tem um objetivo central: “dar segurança para que todos possam ir e vir”.
Transporte público
Quando se fala em mobilidade urbana, tende-se a cair na afirmação de que o transporte público é a solução. Entretanto, a visão dos especialistas é diferente.
Leo explica que antes de fazer um investimento alto é preciso entender quais são as necessidade. O guabirubense se desloca em quais horários? Quais distâncias? É mais fluxo interno ou para Brusque?
Essas e outras perguntas precisam ser respondidas antes que se pense em implantar o transporte público. Até mesmo como será tratada a questão dos aplicativos de transporte e dos táxis deve entrar nessa discussão de uma cidade daqui algumas décadas.
Ações já realizadas
O secretário de Planejamento, William Inácio Schlindwein, foi um dos palestrantes. Ele apresentou as ações que a prefeitura já tem feito no sentido de uma mobilidade urbana para o futuro.
Segundo Schlindwein, o Planejamento tem observado os espaços para as vagas de estacionamento. Em alguns locais, existem conflitos em que o veículo passa pelo passeio público para estacionar, o que causa insegurança ao ciclista e ao pedestre.
A prefeitura tem trabalhado para mudar isso. Exemplo é a mudança defronte ao Banco do Brasil, na rua Brusque.
“Nos imóveis novos, verificamos antes de a empresa se instalar no local”, diz o secretário. A pasta trabalha no sentido de orientar os empresários.
Mariana, da GBTran, cita também como exemplo de trabalho já desenvolvido pela prefeitura o alargamento da rua Vereador Wilson Antônio Gums, que liga o bairro Pomerânea e a localidade Sternthal.
Construção em conjunto
O prefeito de Guabiruba, Matias Kohler, afirma que o fórum é importante para que o máximo possível de pessoas, entidades, especialistas e órgãos sejam ouvidos para melhorar o plano que já havia sido traçado em 2013.
“Com seu nível de crescimento, Guabiruba tem que pensar no trânsito daqui dez, 20 ou 30 anos. Parece distante, mas é muito próximo, no crescimento de uma cidade, 30 anos é amanhã”, diz.
O presidente da Câmara Municipal, Cristiano Kormann, o Sano, diz que a mobilidade é um desafio para todos os municípios, e Guabiruba não foge à regra.
Para o presidente da Assepavi e morador do Centro, Ivan Fischer, o fórum é uma oportunidade de a população e o poder público discutirem a mobilidade. Ele circula normalmente de bicicleta e acredita que a cidade tem pensado mais neste modal.