Fotografia de nascimento: conheça a moradora de Brusque que é premiada na categoria e saiba mais sobre o setor
Aline Moraes fala sobre a rotina e os desafios de fotografar no momento do parto
Aline Moraes fala sobre a rotina e os desafios de fotografar no momento do parto
A fotografia de nascimento é uma área relativamente nova no Brasil e se trata de um nicho da fotografia familiar. A prática, no entanto, já é realizada há algum tempo em países da Europa e do Oriente Médio.
Com o foco em mostrar os momentos que antecedem e sucedem o nascimento da criança, as fotos procuram mostrar um lado mais humano de quem está envolvido no processo: pais, médicos e familiares.
Desprovida muitas vezes de poses prontas, ângulos perfeitos, iluminação de estúdio e simetria, a técnica vem conquistando o coração dos novos papais e tem se tornado tendência nas redes sociais.
A fotógrafa paulista, Aline Zabel Moraes Gonçalves mora em Brusque há seis anos e é conhecida nas redes sociais por suas fotografias de nascimento. Com foco no processo de maternidade e no momento do nascer da criança, a fotógrafa é reconhecida nacionalmente pelo seu trabalho.
Mas se engana quem pensou que só a fotografia faz parte da vida de Aline. Enfermeira formada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em 2008, a paulista já atuou em diversas áreas como Urgência e Emergência, Terapia Intensiva, Centro Cirúrgico e Maternidade e Obstetrícia.
Aliás, foi pela vivência deste último setor e o nascimento do primeiro filho, que Aline se apaixonou pelo momento do nascimento do bebê.
“A vontade de fotografar partos surgiu logo após o nascimento do meu primeiro filho, o Heitor. Senti a necessidade de mudar, de unir algo que eu gostasse com a minha profissão e a fotografia de nascimento se encaixou perfeitamente nisso”, diz Aline.
Porém, foi somente após o nascimento do segundo filho, Bernardo, que a fotógrafa começou a fotografar de verdade.
“O primeiro parto que eu registrei foi de uma amiga, dois meses depois que o Bernardo (segundo filho) nasceu. Como já tinha experiência na área, sabia direitinho o que ia acontecer e onde eu precisaria estar para conseguir fazer os registros. O mais difícil foi a parte técnica, o ajuste da câmera devido à diferença de luzes do centro cirúrgico e a rapidez com que tudo acontecia. Em um parto tudo é muito dinâmico e não podemos interferir”, relata.
Entretanto, com o tempo, Aline diz que melhorou suas técnicas. Nesses quase dois anos de prática, ela já fotografou mais de 200 nascimentos.
“Pude desenvolver a minha técnica para fotografar tanto no centro cirúrgico quanto em baixa luminosidade. Para mim, é muito especial quando uma família me contrata para fotografar um nascimento. Cada nascer é único e cada família tem uma história. Não é só ir lá fazer o registro. É um dia muito especial para aquela família”, diz emocionada.
Além de encantar os clientes e os papais, Aline venceu três vezes uma categoria do prêmio Outstanding Maternity Award, que é a primeira Premiação de Fotografia dedicada exclusivamente ao fotógrafo de família e maternidade.
“Sei que eu ainda estou no começo, mas a cada nascimento busco dar o meu melhor sempre! Ainda falta muito, mas isso é a prova de que eu estou no caminho certo. Hoje já são três fotos premiadas no meu portfólio”, disse a fotógrafa.
O conceito do projeto já é replicado em mais de seis países e também por várias premiações nacionais. Desde 2014, o intuito da premiação é destacar e revelar grandes nomes da fotografia.
Atualmente, Aline trabalha com pacotes desde o digital, que é quando o cliente recebe cerca de 80 a 100 fotos editadas, em estilo natural, para não perder a essência do momento ou em alta resolução, e há pacotes com fotos impressas ou álbum incluído. Segundo ela, pessoas de outras cidades também são atendidas.
“Fotografar partos é muito especial e emocionante. Porém, é uma doação muito grande pois lidamos com a força da natureza. Mesmo quando um parto é agendado, às vezes é o bebê quem decide a hora que vai nascer. Isso tudo exige disponibilidade e comprometimento. Já tive que abrir mão de momentos importantes da minha família para ir registrar uma nova vida chegando”, diz Aline.
A agenda é corrida e concorrida. Aline costuma limitar o número de gestantes por mês para evitar que parto coincida e para que o atendimento seja personalizado, ou seja, para que não haja substituição de fotógrafo.
Sobre o futuro, a fotógrafa diz que pretende evoluir e fazer cursos fora do país. Em relação ao mercado, ela acredita que as pessoas logo vão perceber a importância de registrar o primeiro momento de uma vida.
“As pessoas ainda não têm o hábito e costume de registrar nascimentos. Eu fiz o registro do parto dos meus dois filhos e posso afirmar, são as fotos mais lindas da vida. Com o tempo, a nossa memória vai ficando seletiva e a gente tende a lembrar de mais detalhes, quando temos esse momento registrado. É uma lembrança para a vida toda”, cita.
“Para o futuro eu pretendo me aprimorar ainda mais, fazer cursos, inclusive fora do país. Pretendo continuar registrando nascimentos, contar o início de várias histórias, contar sobre o maior amor de uma família”, conclui Aline.
Receba notícias direto no celular entrando nos grupos de O Município. Clique na opção preferida: