Frota de 60 mil carros em circulação causa problemas na mobilidade urbana em Brusque

Número representa 0,55 automóveis por habitante

Frota de 60 mil carros em circulação causa problemas na mobilidade urbana em Brusque

Número representa 0,55 automóveis por habitante

Os estudos para a revisão do Plano Diretor de Brusque mostram que a cidade tem em torno de 770 quilômetros de vias. Desse total, 70% são destinados para veículos (ruas e áreas de estacionamento) e apenas 30% para pedestres (calçadas).

A frota de veículos atual na cidade é em torno de 117 mil, incluindo carros, motos, caminhonetes, ônibus e caminhões. Desses, mais de 60 mil são carros, ou seja, Brusque tem 0,55 carros por habitante.

O professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unifebe, Karol Carminatti, que integra a comissão de revisão do Plano Diretor, destaca que a mobilidade é um dos principais desafios da cidade para os próximos anos.

“Temos dois problemas básicos em Brusque: onde as pessoas vão morar e como vão se deslocar. O número de carros em nossa cidade é grande e crescente. O transporte coletivo sofre devido a dependência do veículo privado, muito devido ao modelo espalhado da cidade”.

De acordo com o professor, o grande número de carros em Brusque acaba refletindo no transporte coletivo. Hoje, a cidade tem apenas 25 ônibus para uma população de quase 140 mil pessoas. O número é considerado baixo, ao mesmo tempo em que a quantidade de passageiros diminui a cada ano.

“Temos várias empresas que colocam transporte para os funcionários. Esse é um sintoma da falta de transporte da nossa cidade. Para o sistema de transporte coletivo funcionar, ele precisa ser mais atrativo que o privado. Não há outra forma de resolver os problemas de congestionamento da cidade sem o transporte coletivo. Está comprovado mundo afora”.

Karol observa que as melhorias do transporte coletivo precisam ser muito bem planejadas. “Não adianta reduzir a tarifa para R$ 1, e ele continuar não sendo interessante, preso nos mesmos congestionamentos, sem conforto para o passageiro. Tem que ser melhor, mais atrativo, para que as pessoas possam ver vantagem em largar o carro e usar o ônibus”.

O estudo apresentado na audiência pública para a revisão do Plano Diretor mostra que com a lotação máxima, os 60 mil carros que compõem a frota de Brusque atualmente, levariam 320 mil pessoas ao mesmo tempo. Para transportar este mesmo número, Brusque precisaria ter três mil ônibus rodando. 

“Hoje, um carro ocupa 12,5 m² e um ônibus 74,5 m². Em Brusque, para os 3 mil ônibus levarem estas 320 mil pessoas, precisaríamos de 230 mil metros quadrados de rua, enquanto que para os 60 mil carros, é preciso 800 mil metros quadrados”.

Outro ponto avaliado pelo grupo de trabalho são as ciclovias. A cidade tem 21 quilômetros de ciclovias/ciclofaixas, em sua maioria, não interligadas e que dificultam o uso pelos ciclistas.

“Brusque tem que definir, nossa linha é pautada na mobilidade urbana, então precisa fazer com que esses lugares, essas linhas de atuação, onde as pessoas vão morar e como vão se deslocar, sejam as principais políticas em relação ao território da cidade. É algo simples, você pode ter um Fusca ou um Porsche, mas o congestionamento é o mesmo. O ideal é que todo mundo consiga andar” .

– Assista agora:
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