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Funcionários dos Correios de Brusque paralisam atividades

Melhores condições de trabalho e aumento no efetivo estão entre as principais reivindicações da classe

Cerca de 30 funcionários das agências dos Correios de Brusque – 80% do efetivo – paralisaram as atividades na manhã desta quarta-feira, 18. Eles exigem melhores condições de trabalho e contratação imediata de novos funcionários por meio de concurso público. Durante a tarde, os trabalhadores realizaram protesto na praça Barão de Schneeburg, no Centro.

A paralisação, que ocorre em todo o estado, segue até o fim da tarde de hoje. A partir da manhã de sexta-feira, os funcionários retomam as atividades. Carteiro de Brusque e dirigente sindical do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos e Similares de Santa Catarina (Sintect-SC), Robson Paladini Ramos explica que a principal reinvindicação está vinculada às condições de trabalho.

“Não queremos aumento de salário, queremos melhores condições de trabalho. Tanto com a contratação de mais funcionários quanto com a questão da segurança das agências. Existe um forte assédio moral da população em cima dos atendentes nas agências. Além da falta de porta giratória na agência do Centro, o que é passível de assalto e acaba deixando o pessoal com medo”, afirma.

Dos 33 carteiros que trabalhavam regularmente nas agências de Brusque, oito estão afastados. Segundo Ramos, alguns foram transferidos para outros municípios e outros estão com licença médica. A carência de funcionários soma-se também aos deslocamentos de efetivo até Guabiruba, cidade que também enfrenta problemas no número de colaboradores.

“Em Guabiruba está faltando gente e eles estão tirando gente daqui pra levar pra lá. Está caótica a situação. A população às vezes nem sabe, acha que os carteiros são malandros e que não entregam direito. A correspondência não chega porque não tem gente para entregar. É complicado. Nós sofremos pressão da população, sendo que queremos prestar um bom serviço”, diz Ramos.

De acordo com o dirigente sindical, a responsabilidade pela falta ou pelo atraso na entrega das correspondências não é dos carteiros, é dos Correios – que não contratam efetivo suficiente. Seriam necessários, no mínimo, dez novos profissionais para “fazer um bom trabalho” em Brusque, ele afirma. Atualmente, alguns carteiros precisam permanecer nas agências depois do expediente para adiantar os serviços do dia seguinte.

“Não temos nem tempo para o lazer e para ficar em casa com a família. Brusque é uma cidade que está crescendo. A população está crescendo, com isso aumenta a entrega. Mas mesmo com a cidade em expansão, a empresa não aumenta o número de carteiros. Essa paralisação é para exigir um posicionamento da empresa”.

Quanto à manifestação de ontem à tarde, que reuniu 80% do efetivo dos Correios de Brusque, o dirigente sindical diz que a ideia era mostrar as reivindicações à população. De acordo com Ramos, os próprios moradores do município também devem auxiliar os funcionários da empresa com reclamações junto ao Ministério Público, à Câmara de Vereadores e ao Procon.

Posição dos Correios

Em nota, a Diretoria Regional dos Correios em Santa Catarina afirma que a paralisação no estado é “injustificada”, uma vez que “todas as reivindicações estão sendo negociadas com representantes dos trabalhadores em reuniões mensais do Sistema Nacional de Negociação Permanente dos Correios”. Em relação ao pedido de concurso público, a empresa diz que estuda a realização de certame para efetivo e para contratação por tempo determinado.

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