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GALERIA – Relembre alguns dos históricos carnavais de rua de Brusque

Celebrações serviam como aquecimentos dos blocos de Carnaval da época

Ao contrário do que se pode imaginar, os carnavais de Brusque antigamente não aconteciam somente nos clubes famosos na época como o Caça e Tiro e Paysandú, mas também nas ruas da cidade.

De acordo com registros históricos, as festas nas ruas aconteceram por volta do início do século 20 e serviam como competição artística, além de aquecer os blocos de carnaval até chegarem aos clubes.

Segundo o historiador Aloisius Lauth, a maioria dos carnavais de rua de Brusque eram, na verdade, uma espécie de um pré-carnaval, com blocos de sujos.

“Geralmente os blocos vinham de cidades próximas, a maioria de Itajaí. Não sei quem contratava esses blocos, mas acredito que eram chamados pela Prefeitura de Brusque” diz o historiador.

Erico Zendron/Arquivo pessoal

Arte nas ruas

Ainda segundo Aloisius, os desfiles aconteciam nas avenidas centrais da cidade e contavam com o apoio dos jovens.

“Na década de 60, eles desfilavam nas avenidas centrais da cidade, principalmente onde ficavam os antigos Cine Real e o Cine Coliseu, onde hoje é o Hotel Gracher. As comemorações começavam à noite, geralmente após a missa. O percurso partia da antiga Loja Renaux, até o fim da praça Barão de Schneeburg. Tudo acontecia por volta de 21h às 22h. O carnaval era considerado uma festa pagã na cidade”, afirma o historiador.

Para quem participou das festividades, as cores e as estampas nas ruas chamavam a atenção. Vilson da Silva, pipoqueiro em Brusque há mais de 50 anos e que acompanhou vários carnavais da cidade se lembra, com brilho nos olhos, as festividades da época.

“Foram muitos os carnavais marcantes em Brusque. É difícil escolher um. Os moradores e participantes tinham tanta criatividade, que transformavam a cidade trazendo cor, alegria e alegorias para as ruas. Assisti a muitos blocos de carnaval bem aqui no Centro, vendendo minha pipoca de sempre”, diz.

Erico Zendron/Divulgação (1952)

História

Segundo a historiadora Luciana Paza Tomasi, que para seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Licenciatura e Bacharelado em História da Universidade Regional de Blumenau (Furb), pesquisou a história do Carnaval em Brusque, nas ruas da cidade, na famosa terça-feira gorda, os moradores festejavam o Reinado de Momo, com desfile de carros alegóricos, apresentação de bandas e escola de samba, a Manera a Voga”.

De acordo com Luciana, não é possível precisar a data exata de quando o Carnaval começou a ser comemorado na cidade. “O que podemos dizer é que desde os primeiros tempos, os colonos já realizavam bailes carnavalescos nas ruas e nos tradicionais clubes da cidade”, diz.

 

Erico Zendron (1951)

Ainda segundo a historiadora, a rivalidade entre os clubes que sediavam os carnavais foi importante para fazer das ruas de Brusque, verdadeiras competições artísticas.

“Podemos destacar a rivalidade das sociedades promotoras dos festejos carnavalescos: Clube Esportivo Paysandú e Sport Clube Brusquense, atual Clube Atlético Carlos Renaux. No Carnaval de rua, os foliões preparavam-se em seus clubes e saiam pela cidade cantando e dançando as marchinhas carnavalescas. O trajeto percorrido nas ruas dava-se até o encontro dos dois clubes na praça central”, finaliza.

Relembre algumas edições

Abaixo, você pode ver algumas fotos e registros de alguns dos carnavais de época que aconteceram na cidade de Brusque. Como é possível observar nas imagens, muitas das edições acabaram tomando conta das ruas da cidade.

1949

Erico Zendron/Divulgação (1949)

1927

Dolores Ingrit Heinzelmann/Arquivo pessoal (1927)

1970

Erica Ristow/Arquivo pessoal (1970)

1956

Aluizio H. filho/Divulgação (1956)

1938

Carnaval nos clubes

Os primeiros bailes carnavalescos de que se tem notícia em Brusque foram realizados pelos colonos no Caça e Tiro, que acabaram inspirando as festas em outros locais da cidade no futuro. As primeiras celebrações eram feitas nos moldes de bailes de máscara, como uma forma de descontração antes da introspecção do período da quaresma.

Alguns anos depois da fundação de Brusque, surgiram os primeiros grupos musicais, de várias origens e religiões. Homens que se dedicavam à música durante o tempo livre. Marchinhas, bonecos gigantes e blocos animavam a cidade.

Durante o período do movimento de nacionalização do governo federal e da Segunda Guerra Mundial, não há registros de bailes e desfiles de carnaval. Depois disso, no fim da década de 1940, voltam os bailes de salão, mas Brusque já vivia uma nova fase, de desenvolvimento urbano, e de ascensão dos clubes Carlos Renaux e Paysandú, que passaram a centralizar as festas carnavalescas.


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