Gambás e aves são os animais mais apreendidos em residências de Brusque
Fundema é a responsável pela captura dos bichos em área urbana e pela soltura em habitat natural
Não é incomum que apareçam, mesmo em ambientes urbanos, animais nas propriedades e residências. Às vezes, até mesmo animais que estão longe da mata, seu habitat natural, como a jaguatirica que recentemente foi apreendida em Nova Trento.
Em Brusque, há um órgão municipal que viabiliza a captura e também a soltura dos animais na natureza. Quem se responsabiliza por isso é a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema).
De acordo com a bióloga da Fundema, Deise Schafer, os principais animais que aparecem nas propriedades brusquenses são as serpentes, especialmente no verão, e também aves, como tucanos e corujas.
“Recebemos também muitas tartarugas de água doce e gambás. Quando começa a esquentar e eles se reproduzem, recebemos muitos filhotes. Infelizmente, como são marsupiais e têm a bolsa onde ficam os filhotes, muita gente mata a mãe dos gambás e só depois percebe que ela estava com filhotinhos”, diz a bióloga.
De acordo com o cabo da Polícia Militar Ambiental de Blumenau, Wilson Dias, um dos animais mais comuns na região é o gambá, que não tem predadores e convive muito próximo do ser humano.
“A PM atende todo o Vale do Itajaí, e as demandas de todas as cidades da região são bem parecidas”, explica. Ele conta que também não são incomuns capivaras e aves de rapina, como corujas e gaviões que, por conta da fiação elétrica, pousam e tomam choques.
“Tem também na região uma variedade de animais silvestres, devido à proximidade da floresta. Muitos felinos como o gato maracajá, o gato do mato e, em Brusque, houve um caso de um cachorro do mato, que é mais raro”, diz Dias.
Deise e Maicon Lang, também biólogo e fiscal da Fundema, relatam ainda que houve casos inusitados, como um macaco bugio recebido pela instituição no ano passado, além de um tamanduá e um gato do mato.
“Não são animais tão comuns, acho que as pessoas também não têm o costume de ver”, comenta a bióloga. O macaco bugio, segundo a polícia ambiental, é o único primata presente na região.
Deise explica que, quando é feito o contato com a Fundação, há duas orientações possíveis: se o animal aparecer em locais muito próximos da mata, o ideal é afastar-se e deixar que ele volte sozinho para a natureza. “Ele vai retornar naturalmente ao seu habitat.” Já em ambientes urbanos, é recomendado acionar a Fundema que, com o apoio do Corpo de Bombeiros, faz a captura e solta o animal em seu habitat natural.
Carla Molleri, bióloga do Parque Zoobotânico, diz que, às vezes, as pessoas levam animais que encontraram em suas casas até o parque. “Muita gente pensa que nós recebemos animais, mas sempre encaminhamos para a Fundema”, explica. Os animais mais comuns são gambás e aves encontradas caídas de seus ninhos. De acordo com Deise, é frequente que as aves estejam machucadas.
O cabo da polícia ambiental, Wilson Dias, afirma que, em toda a região, acontece bastante a apreensão de animais machucados, atropelados e até mesmo já mortos. No caso de encontrar ou deparar-se com um animal, o ideal é entrar em contato com a PM Ambiental que, se tiver condições, fará a apreensão e encaminhamento para um veterinário. “Quando o animal já está morto, é feito o recolhimento e a taxidermia, para que sejam estudados pelos alunos da Universidade Regional de Blumenau (FURB)”, completa.
Veja outros animais que já foram recebidos pela Fundema: