Gangorra térmica: região de Brusque vai de 6ºC a 37ªC em três dias durante o inverno
Meteorologista explica as mudanças de temperatura; confira as mínimas e as máximas registradas desde junho
O famoso “tira casaco, bota casaco” se fez muito presente neste inverno em Brusque e região. A gangorra térmica foi sentida em diversos momentos desde o início da estação. A última foi entre esta sexta-feira, 15, e segunda, 18: no bairro Thomaz Coelho, por exemplo, a temperatura foi da mínima de 7,5ºC para a máxima de 36,8ºC, em três dias, segundo a rede Groh Estações.
Na estação no bairro Planície Alta, em Guabiruba, a gangorra térmica se destaca: da mínima registrada de 6,7ºC na sexta, foi para a máxima de 37,2ºC na segunda.
Conforme a rede de estações do Ciro Groh, os picos de calor na região desta segunda é considerado o mais intenso para setembro em pelo menos 12 anos. Além disso, a gangorra térmica é mais expressiva se olhar para Santa Catarina, que registrou -3ºC na última sexta, na Serra, e 40,8° nesta segunda, em Criciúma, no Sul do estado.
A meteorologista Gilsânia de Souza Cruz, que atua na Epagri/Ciram, explica que a previsão para o inverno já apontava que seria uma estação com temperaturas acima da média. As informações meteorológicas adiantavam que o frio seria pouco duradouro e alternado com períodos mais aquecidos.
“Essa previsão se confirmou. Tivemos bem pouco frio em Santa Catarina. Quando chegavam as massas de ar frio mais significativas, elas tinham uma duração de um a três dias, quando o normal é pelo menos de cinco dias a uma semana. Então, as massas se deslocavam para o oceano, quando perdiam força, o que favorecia o aumento da temperatura”, conta.
Portanto, os dias de frios foram alternados com períodos bem mais aquecidos para a época do ano. Gilsânia ressalta que este inverno foi bem atípico e com temperaturas acima do normal.
Impacto do El Niño
Segundo a meteorologista, no início e meados do inverno, o El Niño ainda não estava configurado. Ela explica que o fenômeno foi se configurar mais para o fim da estação.
“Boa parte do inverno tivemos a temperatura da superfície da água no Pacífico Equatorial mais alta, com anomalia positiva, mas ainda não tínhamos o acoplamento da atmosfera para dizer que o fenômeno estava configurado. Mesmo assim, essa temperatura mais alta, principalmente próximo à costa do Peru, tem impacto na diminuição na frequência das massas de ar frio e o deslocamento rápido destas massas entre o continente e o oceano”, continua.
Agora, no final da estação, já temos os efeitos do El Niño. Gilsânia adianta que a perspectiva é de uma primavera também com temperaturas acima da média. “Dias quentes, como observamos no fim de semana e esta semana, serão bem característicos e típicos nesta estação”, finaliza.
Gangorra térmica
Essa mudança brusca de temperatura vem sendo sentida há alguns meses. Em junho, antes mesmo do inverno começar, foi registrado a máxima de 31ºC no dia 10, na estação da Rede Groh do Centro, em Brusque. A máxima do dia seguinte, 11 de junho, foi de 20ºC, uma queda expressiva, e a mínima registrada no dia 13 foi de 11ºC, na mesma estação.
Ou seja, em três dias o brusquense lidou com uma rápida mudança de temperatura, do quente ao frio, de um dia para o outro.
Confira abaixo o registro de temperaturas de junho até esta terça-feira, 19, em Brusque:
Veja agora mesmo!
Baiana teve sua carteira assinada pela primeira vez em Brusque aos 34 anos: