Gasolina pode ter novo reajuste
Desde 16 de outubro, postos estão comprando combustíveis com a alíquota do ICMS mais alta
Gasolina pode ter novo reajuste
Desde 16 de outubro, postos estão comprando combustíveis com a alíquota do ICMS mais alta
- 21/10/2015
- 10:28
Nos próximos dias, um novo reajuste da gasolina deve chegar ao bolso do consumidor. Desta vez, a mudança no valor se refere a uma atualização na base do cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) estadual, que acontece toda vez em que há um aumento.
No estado, este reajuste foi feito com base no valor de R$ 3,45, nova média de preço da gasolina depois do último aumento do combustível, no fim do mês de setembro. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio de Derivados de Petróleo do Litoral Catarinense, Giovani Testoni, os postos estão comprando combustível com o novo valor do imposto desde a semana passada. “Isso já está sendo cobrado desde o dia 16 de outubro”, diz.
Entretanto, o que mais preocupa os proprietários de postos de combustíveis são os sucessivos reajustes do álcool anidro – um dos componentes da gasolina. “Estamos na entressafra do etanol e semanalmente o álcool anidro tem aumentado R$ 0,02, R$ 0,03. Com o aumento do ICMS estadual, teremos um provável repasse para as bombas”, afirma.
Testoni afirma que não pode precisar o percentual do novo aumento, já que o mercado dos combustíveis é livre. “Eles vão aumentar o preço conforme a necessidade”.
No entanto, os proprietários de postos de gasolina já temem a queda no consumo. “O consumidor está cansado de tantos aumentos e, aos poucos, estamos sentindo uma queda no consumo. Isso nos preocupa muito. O mercado está oscilando bastante, as nossas despesas aumentaram em mais de 70%. A preocupação é como manter o nosso negócio atrativo para o consumidor e ao mesmo tempo lucrativo”.
O proprietário do Auto Posto Rio Branco, Juliano Dias Ricci, afirma que o valor do combustível para a compra está oscilando diariamente, mas mesmo assim, vai tentar segurar ao máximo para não repassar ao consumidor. “Por enquanto, repassamos aqueles 6% do início do mês, mas todo dia tem um aumento, não sabemos quanto vamos pagar. Vamos manter o preço, mas se vir outra pancada igual a do início do mês, não teremos como absorver. Daquele aumento até agora, o valor do combustível para a compra já subiu R$ 0,10, não temos mais a estabilidade de antes. Por enquanto, vamos mantendo com a nossa própria gordura, até onde for possível”, diz.
Pesquisa de preços
Em seu último levantamento de preços realizado de 11 a 17 de outubro, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) analisou dez cidades de Santa Catarina. De acordo com a pesquisa, a gasolina de Brusque é a sexta mais cara, com uma média de R$ 3,41.
Dos dez municípios, os preços mais baratos são de Itajaí e Criciúma, ambas com R$ 3,24. Já a gasolina mais cara está em Florianópolis e Blumenau, com uma média de R$ 3,49 por litro.
Esta foi a primeira pesquisa realizada pela ANP após o reajuste de 6% feito pela Petrobras, em vigor desde 1º de outubro. Embora a variação média do aumento da gasolina nas últimas semanas esteja próxima da margem de 6% , em algumas cidades de Santa Catarina, o reajuste foi acima do recomendado: é o caso de Blumenau (9,37%), Biguaçu (8,7%), Joinville (8,66%) e Brusque (7,7%). A média de preço no estado está em R$ 3,39. Apesar do aumento, Santa Catarina tem a quinta média de preço mais baixa no país.
O diretor geral do Procon de Brusque, Dantes Krieger Filho, afirma que o órgão já iniciou um levantamento de preços nos postos do município. “Assim que o levantamento ficar pronto, vamos analisar e ver o que podemos fazer com relação a isso. Por enquanto, não tivemos reclamação de consumidores sobre o aumento da gasolina”.
