Gestantes podem procurar unidades de saúde para se vacinar
A partir da 27ª semana de gestação, grávidas podem agendar a vacinação contra a coqueluche
Desde novembro, o Calendário Nacional de Vacinas do Sistema Único de Saúde (SUS) conta com um novo reforço direcionado às gestantes: a DTPA. A intenção da vacina é proteger contra coqueluche, difteria e tétano, já que nos últimos anos o Ministério da Saúde observou um aumento dos casos de coqueluche no país.
“Tivemos o surgimento de novos casos, por isso, o Ministério da Saúde resolveu incluir a vacina ao calendário básico do SUS”, diz a enfermeira da vigilância epidemiológica de Brusque, Beatriz Pereira Küster.
De acordo com ela, a doença – conhecida popularmente como ‘tosse comprida’ – já havia sido erradicada no país, no entanto, com os novos casos viu-se a necessidade de incluir a proteção ao calendário. “A coqueluche já não existia mais, foi eliminada com as vacinas, por isso vemos a importância de vacinar, se a doença não existe mais as pessoas não lembram, cai no esquecimento, e aí podem surgir novos casos”, afirma.
A vacina DTPA gera proteção da mãe para o filho. Além de se proteger, a mãe passa anticorpos para seu filho ainda no período de gestação, garantindo ao bebê imunidade nos primeiros meses de vida até que ele complete o esquema vacinal contra coqueluche, definido pelo calendário básico. “Como a coqueluche é uma doença de infância, pode evoluir para casos mais graves. Tomando a vacina, a mãe já está criando proteção para seu bebê”, explica.
Segundo ela, a partir da 27ª semana de gravidez, a mãe pode procurar a unidade de saúde e agendar a vacina. “A vacina pode ser tomada até 20 dias antes do parto para dar tempo de criar os anticorpos no bebê. A rede privada também pode fazer o encaminhamento das gestantes para a vacinação na rede SUS”, diz.
Esta é a quarta vacina para gestantes no calendário nacional. O SUS também oferece a influenza, a dupla adulto (difteria e tétano – dT) e a vacina contra hepatite B.
Coqueluche
A coqueluche é uma doença infecciosa aguda de alta transmissibilidade, causada pela bactéria Bordetella Pertussis. Suas principais complicações secundárias são a pneumonia, otite média, ativação de tuberculose latente, enfisema pneumotórax, entre outras. O número de casos da doença reduziu de 40 mil notificações nos anos 80, em média, para cerca de 1.500 casos na década de 2000. No entanto, a partir de 2011, houve aumento nos casos da doença em todo o mundo, sobretudo em crianças menores de seis meses, por não terem ainda recebido o esquema completo da vacinação contra a doença.
Entre 2011 e 2013, o Ministério da Saúde registrou 4.921 casos em menores de três meses, 35% de todos os casos do país neste período, que foram 14.128. Essa faixa-etária é ainda mais afetada em relação aos óbitos. No período, foram 204 óbitos, o que representa 81% do total nacional, que foi de 252 mortes.
Em Brusque, a vigilância epidemiológica teve 43 casos suspeitos de coqueluche notificados no ano passado, desses, nove foram confirmados.
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