Ministério da Saúde/Divulgação

Com o objetivo de conscientizar a população sobre a relevância da doação de órgãos, o Setembro Verde destaca a importância do gesto de solidariedade que salva milhares de vidas. A campanha, promovida em todo o Brasil, visa esclarecer dúvidas, desmistificar preconceitos e incentivar as famílias a manifestarem sua vontade de doar.

Números

No país é possível realizar doações ainda em vida e, para casos de morte encefálica, familiares têm papel fundamental para autorização dos transplantes

Segundo dados de agosto de 2024, no Brasil, 44.086 pessoas esperam por um transplante de órgão, sendo 25,8 mil do sexo masculino e 18,2 mil sexo feminino. De transplantes realizados até agora, 5.772 pacientes foram beneficiados, com uma média de 3, 5 mil homens e 2,1 mil mulheres.

Em resposta à reportagem de O Município, o Hospital Azambuja, responsável pelos dados sobre doações de órgãos em Brusque, informou que, em 2023, houve 11 potenciais doadores. Destes, 9 tiveram o processo de doação efetivado, enquanto, em dois casos, as famílias recusaram a doação.

Em 2024, foi registrado um pequeno aumento no número de possíveis doadores: de 13 casos, 9 resultaram em doação, enquanto as famílias de 4 potenciais doadores não autorizaram o procedimento.

As doações de órgãos, como relata o médico intensivista, professor e membro da Associação Brusquense de Medicina (ABM), Marcus Couto, seguem as normativas estabelecidas pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

“A disposição gratuita de tecidos, órgãos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento é permitida por lei. Já os critérios, que organizam a fila de transplante de órgãos, são estabelecidos por uma portaria que aprovou o regulamento técnico do SNT”, explica.

Pacientes em quadro de morte encefálica compõem a maior parte dos doadores. Outro perfil de potencial doador são pessoas que tiveram um quadro de morte cardiovascular confirmada.

Para garantir a segurança e saúde do possível receptor do órgãos, pessoas acima dos 90 anos, com câncer ativo metastático ou tumores de alto risco ativos (melanoma, coriocarcinoma, pulmão, mama, cólon), com doença de Creutzfeld-Jakob (Doença cerebral degenerativa que leva a demência e morte); ou HIV ou neoplasia hematológica ativa não são destinados para transplante. O mesmo vale para órgãos sem ventilação mecânica.

Doadores em potencial e lista de espera

A doação de órgãos no Brasil pode contar com doadores pacientes de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) que tenham tido morte encefálica confirmada e que comunicaram seus familiares anteriormente o desejo de doar.

Há ainda os doadores vivos, que são pessoas saudáveis e que podem doar um dos rins, parte do fígado, medula óssea e pulmão para parentes de até quarto grau ou cônjuges.

Transplantes para pessoas sem grau de parentesco só é permitido com autorização judicial. Já “doadores cadáver”, são pacientes em UTI com morte encefálica confirmada, geralmente vítimas de traumatismo craniano ou derrame cerebral.

A retirada dos órgãos é realizada em centro cirúrgico como qualquer outra cirurgia e eles podem doar o coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rim, córnea, veia, ossos e tendão.

“Hoje, no Brasil, para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, em nenhum documento. Basta comunicar sua família do desejo da doação. A doação de órgãos só acontece após autorização da família”, esclarece o médico.

Diagnóstico

Já quanto ao diagnóstico de morte encefálica, a regulamentação do Conselho Federal de Medicina determina que dois médicos de diferentes áreas examinem o paciente e eles serão considerados capacitados se tiverem, no mínimo, um ano de experiência no atendimento de pacientes em coma e que tenham acompanhado ou realizado, pelo menos, dez determinações de ME ou tenha curso de capacitação para determinar ME.

“Na indisponibilidade de qualquer um dos especialistas, o procedimento deverá ser concluído por outro médico especificamente capacitado. Após a comprovação inequívoca da morte encefálica através dos resultados dos exames, o médico deverá informar aos familiares os resultados”, completa o médico.

O médico intensivista descreve ainda a importância das doações de órgãos, pois segundo ele, muito se fala, muitas dúvidas existem e há muitos ‘pré-conceitos’ com relação a doação de órgãos e tecidos.

“É importante que todos saibam que isso não é feito ao acaso. Existe uma regulamentação para que seja feita de uma forma organizada, criteriosa, para que não se faça um diagnóstico errado”.


Assista agora mesmo!

Platz foi a choperia mais popular de Brusque por anos: