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Ginecologista de Brusque comenta sobre as chances e riscos da gravidez após os 40 anos

Nas gestações consideradas de alto risco, acompanhamento com o médico deve ser mensal

Por Eliz Haacke
eliz@omunicipio.com.br

As chances de uma mulher ficar grávida naturalmente após os 40 anos são pequenas, mas não impossíveis. No entanto, as mulheres que alcançam esse feito precisam visitar o médico regularmente e, em alguns casos, precisam ter uma série de cuidados. Tudo isso porque a maioria dessas gestações são consideradas de risco e podem causar aborto espontâneo, hipertensão arterial, diabetes, entre outros.

O ginecologista e obstetra Paulo Ricardo Soares dos Santos explica que a chance mensal da mulher conseguir engravidar, após os 40 anos, cai em torno de 9% ao mês, e após os 42 anos a queda é ainda maior.

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“A diminuição da fertilidade tem a ver com a diminuição dos ciclos ovulatórios, a ovulação nessa fase se torna menos frequente, causando dificuldades para o casal. Isso se a mulher não tem uma menopausa precoce, que acontece perto dos 40 anos, e a função ovariana não responde mais e não há mais chances de gravidez”, explica.

No entanto, o médico pontua que com uma melhor qualidade de vida aliada com os avanços da medicina, é possível que as chances de fertilidade aumentem. “Os cuidados com hábitos saudáveis, especialmente, melhoram a circulação como um todo e melhoram a fertilidade”, salienta.

O especialista explica que atualmente a nomenclatura correta para os casais que têm dificuldades de ter filhos é subfértil. Se o casal não conseguir engravidar de todas as formas, ainda há possibilidade da fertilização in vitro (FIV), trata-se da reprodução humana assistida. No entanto, antes de passar pelo procedimento, o casal passa por uma avaliação com o médico.

“O casal subfértil, que apresenta dificuldade para engravidar, inicia a investigação após 18 ciclos ovulatórios ou menstruais, ou seja, se em um ano e meio o casal não consegue engravidar, iniciamos a investigação com a realização de exames”, diz.

Ele explica que as vezes a dificuldade pode ser uma obstrução tubária ou uma questão do marido. Segundo o médico, os homens também precisam passar pelos exames, visto que há chances de apresentarem algum empecilho que impossibilita a gravidez.

“Isso pode estar relacionado com os números de espermatozoides. Abaixo de 20 milhões de espermatozoides ejaculados, em termos absolutos, o homem já não consegue engravidar a mulher através do coito natural”.

Paulo comenta que como em toda gravidez, a mulher deve realizar o pré-natal. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) devem ser realizadas no mínimo cinco consultas durante a gestação. No entanto, em uma gravidez após os 40 anos, que pode ser considerada de risco, são necessárias consultas mensais, para que o médico possa identificar possíveis fatores de risco através dos exames clínicos e laboratoriais como a ultrassonografia.

“É bem possível ter uma gravidez normal, sem nenhuma intercorrência. Além disso, caiu o mito de que a mulher após os 40 anos não pode mais ter parto normal. De nenhuma forma é verdadeiro, ela pode ter o parto natural que, inclusive, é muito mais saudável para ela, menos risco para ela e mais saudável para criança. Se existe uma gravidez de risco, esse parto será muito mais vigiado pelo médico”, explica.

O especialista recomenda que as mulheres grávidas nessa idade devem levar uma vida saudável, fazer o pré-natal, controlar a alimentação e ter um peso adequado, onde o ganho de peso normal é de nove a 12 quilos, evitar alimentos industrializados e o consumo exagerado de carboidratos, que podem aumentar o peso e levar a diabete gestacional.

A atividade física também é uma orientação do obstetra. Caso a mulher não tinha o costume de praticar exercícios, ela deve realizar atividades de baixo impacto, de preferência os aeróbicos. O repouso absoluto ocorre somente nos casos em que são detectados riscos, determinados durante o pré-natal.


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