Giraldi denuncia Tuta à Corregedoria
Vereador alega que foi ofendido durante pronunciamento do colega na tribuna, na semana passada
O vereador Moacir Giraldi (PTdoB) encaminhou à Corregedoria da Câmara representação contra o colega Claudemir Duarte, o Tuta (PT). No documento, Giraldi alega ter sido ofendido pelo parlamentar na sessão do dia 27 de outubro quando, em pronunciamento na tribuna, comentava-se as obras de prolongamento da avenida Bepe Roza, a Beira Rio.
Tuta falava na tribuna sobre as enchentes quando, em aparte, Giraldi comentou sobre a falta de obras de continuidade da Beira Rio, criticando o ex-prefeito Paulo Eccel (PT). Ao retomar a palavra, o petista proferiu palavras que magoaram o colega do PTdoB. Um trecho delas:
“E também quero dizer que, o seu amigo, pergunta pra ele o que aconteceu do outro lado da ponte do Trabalhador, que estava na capa do jornal. Foi perguntar? Foste lá dizer para ele: tá aqui ó, roubo. Foste perguntar? Aquele lá é bom. Eu não sei porque ultimamente tem gente classificando ladrão: tem ladrão bom e tem ladrão ruim. Ah, vai catar coquinho”
Ao Município Dia a Dia, Tuta explicou que se referia às obras de prolongamento da Beira Rio durante o mandato do ex-prefeito Ciro Roza (PSD), as quais até hoje são alvo de investigações judiciais, motivando, inclusive, uma condenação que lhe rendeu a penhora da casa onde mora, no bairro São Luiz.
O vereador do PTdoB diz que quer, pelo menos, uma retratação pública do colega. “Ele começou a falar que meu amigo é ladrão e no final me manda catar coquinho. Ele faltou com respeito a mim dizendo que tenho um amigo que roubou, então que dê o nome deste amigo”.
“Quem é meu amigo está sendo enquadrado nisso”, disse Giraldi. “O mínimo é que se retrate publicamente na tribuna, como o próprio Jean Pirola fez, quando houve o fato da voadeira. Ele está lá me criticando, eu critico ele, é normal. Agora, a forma como aconteceu, me senti muito ofendido”.
“Não vou me retratar”
Tuta já tomou conhecimento da denúncia feita por Giraldi, e adianta que não irá se retratar. Ele afirma que “se excedeu” um pouco no tom de voz, mas considera que não é motivo para ser denunciado na corregedoria.
“Não vejo a situação que ele vê, acho que ele está com um grave problema. Ele veio com maldade, para me tirar do foco, no fim do pronunciamento, com sentimento ruim, nervoso, mandei catar coquinho”, afirma o parlamentar do PT.
Tuta diz que a representação é uma medida para tentar instituir uma “lei da mordaça” na Câmara, a qual considera “absurda”. “Não vou me retratar. Parece que agora eles querem tentar calar a gente, amordaçar. Não vou ficar calando diante deste tipo de situação. Ele fala que o PT é ladrão. Ele fala de tudo, dez vezes pior do que eu falei”.
O vereador diz que não está preocupado com a possível instauração de um processo disciplinar e julgamento por um conselho de ética, e que “esta atitude não o fará recuar”.
“Trabalho desde os 14 anos, se for para me tirar da Câmara podem tirar, eu sei trabalhar. Isso não me amedronta”, afirma Tuta. “O vereador parece que anda surtando de vez em quando. Se ele tiver algum problema de saúde, deveria se tratar. Acho que isso vai dar muito pano para manga ainda”.