Golpe pelo WhatsApp: registros de ocorrências crescem em Brusque; veja relatos
Prejuízo com este tipo de crime é praticamente impossível de ser recuperado
Prejuízo com este tipo de crime é praticamente impossível de ser recuperado
O número de boletins de ocorrência relatando golpe pelo WhatsApp cresceu significativamente no último mês em Brusque, de acordo com avaliação do delegado Vitor Gustavo Alves Machado.
Ele explica que o golpe pelo WhatsApp é antigo e cíclico, ou seja, aparece periodicamente. “Os tipos de golpes vão variando. Mas no geral, sempre permanecem os mesmos. Às vezes dá uma diminuída em um golpe específico e logo retorna com mais intensidade em um determinado mês. Aqui na delegacia de Brusque percebemos um aumento real nos últimos meses”.
O golpe mais comum realizado pelo WhatsApp é o do falso familiar que entra em contato com a vítima pedindo para adicionar o número novo e, em seguida, pede uma quantia em dinheiro emprestada. Em alguns casos, o golpista usa o nome e a foto da pessoa pela qual está se passando, para tornar o golpe mais verossímil.
O delegado destaca que são várias as possibilidades que o golpista tem para encontrar os dados da vítima.
“São N possibilidades, mas pode ser tanto em rede social; algum documento perdido, e também vazamentos de dados por empresas, mas eu acredito que este é um pouco menos frequente no golpe do WhatsApp. Geralmente, os criminosos utilizam os dados vazados em golpes mais complexos, como o do cartão de crédito”.
No golpe do WhatsApp, as vítimas são as mais variadas. Desde idosos até pessoas mais jovens, como observa o delegado Vitor: “O golpe do WhatsApp é bem comum vítimas de várias idades, inclusive, pessoas bem instruídas acabam caindo. Ele pode ocorrer por meio da clonagem do WhatsApp, que aí passa uma maior credibilidade, e também com o golpista utilizando uma linha diversa, mas com a foto e o nome da pessoa pela qual está se passando”.
De acordo com o delegado, a melhor forma para se proteger e evitar cair neste tipo de golpe, é sempre entrar em contato com a pessoa que supostamente está pedindo o dinheiro. “Sempre entrar em contato com o suposto parente por outros meios, ligando para a pessoa. Nunca confiar apenas na mensagem pelo WhatsApp. A checagem é fundamental”.
O delegado alerta que o prejuízo desses golpes é muito difícil de recuperar. “É quase impossível recuperar o dinheiro e chegar nos autores também é muito complicado. Na maioria das vezes, eles usam contas laranjas, de outras pessoas, que também foram vítimas. Nunca utilizam dados pessoais”.
Em caso de cair no golpe do WhatsApp ou em qualquer outro, é importante fazer o registro da ocorrência na delegacia, de forma presencial ou virtual.
Moradora do bairro Águas Claras, Claudinéia Aparecida Pereira Rosa, 38 anos, foi abordada por um golpista no dia 8 de outubro.
Na ocasião, ele mandou uma mensagem pelo WhatsApp se passando pelo filho de Claudinéia. Ele inicia a conversa pedindo para ela adicionar o novo número porque o celular antigo caiu na água e ele estaria usando um provisório de um colega. Em seguida, ele puxa conversa, pergunta como ela está e só depois pergunta se ela pode lhe fazer um favor.
O golpista então escreve: “Tenho que fazer um pagamento para uma pessoa, mas meu limite diário excedeu. Por que já fiz transferência hoje! Pode fazer uma transferência TED ou pix. Amanhã no meu primeiro horário devolvo o valor”.
O valor solicitado era de R$ 1.230. Claudinéia, entretanto, já sabia que era golpe desde o início da conversa, já que seus dois filhos tem 13 e 10 anos, respectivamente, e não têm celular.
“Eu não caí porque meus filhos são pequenos, mas outras pessoas podem ter caído. Fica o alerta para que todos tenham muito cuidado e não acreditem em tudo”, diz.
Márcia Lara, 60 anos, moradora do bairro Paquetá, também sofreu uma tentativa de golpe pelo WhatsApp recentemente. Ela foi abordada da mesma forma que Claudinéia. O golpista se passou pela filha, pedindo para adicionar o novo número porque o outro celular caiu na água. Desconfiada, Márcia mandou áudios para o golpista, chamando-o por um nome aleatório, e não o da filha, para ver se era verdade.
Assim como com Claudinéia, o golpista pediu para ela fazer um pagamento via TED ou pix, prometendo devolver no dia seguinte. Felizmente, Márcia percebeu que se tratava de um golpe e não teve prejuízo.
Golpe nos grupos do jornal O Município
Golpistas estão abordando membros dos grupos de WhatsApp do jornal O Município no privado, pedindo autorização para adicionar os leitores em outro grupo, enviando um código de origem maliciosa por SMS.
O jornal O Município alerta que se você foi abordado ou for abordado no futuro, denuncie e bloqueie imediatamente o número do golpista e envie prints para (47) 9-9141-9800.