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Governo indica que preço do litro do etanol subirá R$ 0,12 a partir de 2017

Motivo é o fim da desoneração do PIS/Cofins sobre o combustível

A equipe econômica do governo federal já começa a fazer as contas com uma receita extra de R$ 1,5 bilhão em 2017. O montante virá da cobrança do PIS/Cofins, imposto sobre o etanol hidratado. A expectativa é que o preço do combustível suba R$ 0,12 por litro. Alardeado pelo governo como o combustível do futuro, o etanol luta para se manter competitivo.

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O motivo do aumento é o fim da desoneração do PIS/Cofins sobre o etanol, que vai até 31 de dezembro. A partir de 1 de janeiro de 2017, portanto, o desconto deve acabar, e, automaticamente, o preço subirá para o consumidor final. O setor sucroalcooleiro demonstra preocupação com as medidas.

Os empresários que produzem a cana de açúcar, matéria-prima do etanol, tentam negociar com o governo a prorrogação da desoneração do tributo ou, pelo menos, alguma alternativa, para que o impacto seja menor. Argumentam que a desoneração manteve empregos e possibilitou que o setor crescesse.

Porém, o governo federal trabalha para diminuir o déficit de R$ 55 bilhões previstos em 2017 e dificilmente abrirá mão da receita extra. Além disso, a equipe econômica já deu declarações no sentido de que não irá mais apostar nas desonerações pontuais – uma marca da gestão de Dilma Rousseff.

Sem competitividade

Enquanto o governo e os empresários discutem sobre a tributação do etanol, o combustível perde, cada vez mais, competitividade. Em Brusque, praticamente só os proprietários de carros mais antigos é que abastecem com etanol. Pouco procurado, ele tende a perder ainda mais espaço se o preço subir, dizem pessoas do ramo.

A gerente do Auto Posto Shell, Amábile Tridapalli, diz que o etanol é o combustível menos vendido atualmente. Segundo ela, os clientes que costumam abastecer com ele são os que têm veículos mais antigos.

O cenário se repete no Auto Posto Dom Bosco. O gerente Marciano Clemer diz que o etanol “não é muito procurado por causa do preço que não vale muito a pena”. Ele afirma que são poucos os carros flex abastecidos com álcool diariamente.

Clemer afirma que a diferença entre a gasolina e o etanol, hoje, é de R$ 0,16, por isso, o etanol fica prejudicado, uma vez que ele rende menos.
Gustavo Dalsegio, do Auto Posto Santa Luzia, aponta outro motivo para a baixa procura por etanol. Segundo ele, alguns o utilizam por questões ambientais. Há também os veículos mais antigos.