Governo muda calendário e amplia público-alvo de vacinas
Determinações já estão em vigor em Brusque e atingem adultos e crianças
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) e o Centro de Serviços em Saúde de Brusque já trabalham conforme as novas determinações do Ministério de Saúde para as vacinações. Os servidores foram capacitados durante quatro dias para saber lidar com a nova demanda, de acordo com a diretora da Vigilância Epidemiológica, Natália Cabral Marchi.
O Ministério da Saúde promoveu mudanças nos públicos-alvo de seis tipos de vacinas que estão incluídas no Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS). As injeções que tiveram alterações foram: tríplice viral, tetra viral, dTpa adulto, HPV, meningocócica C e hepatite A.
De acordo com o Ministério da Saúde, o principal objetivo com as mudanças é aumentar a vacinação na infância, para, assim, aumentar a proteção para crianças e adolescentes. Já nas vacinas para adultos a meta é reduzir os casos de caxumba e melhorar a imunização de grávidas.
Todas essas informações foram repassadas aos vacinadores da rede pública de saúde do município. Segundo a diretora da Vigilância, eles participaram de capacitações por quatro dias. “No fim do ano, o Ministério passou a nota técnica com as novas faixas etárias”, diz.
A capacitação foi feita assim que os servidores voltaram, em 12 de janeiro. Participaram todos os vacinadores, até mesmo aqueles que não trabalham atualmente nas salas de vacinas. Segundo Natália, a população pode procurar as unidades de saúde e serão atendidos já conforme as novas regras.
Público ampliado
De modo geral, o que o Ministério da Saúde fez foi ampliar a faixa etária de várias injeções. A dose para hepatite A, por exemplo, era indicada para crianças de até dois anos. Agora, a criança que perdeu a oportunidade poderá se imunizar até os cinco anos.
Já a vacina para HPV, que era aplicada apenas em meninas entre nove e 13 anos, passará a abranger também as garotas com até 14. Além disso, os meninos com 12 e 13 anos também serão imunizados.
Natália explica que, no caso da HPV, as meninas que tomarem a primeira dose com 14 anos poderão tomar a segunda, excepcionalmente, aos 15 anos.
A caxumba continua a preocupar as autoridades na área da saúde, por isso o público-alvo também foi expandido. Antes, jovens com até 19 anos tomavam a injeção, agora, até 29.
Segundo o Ministério da Saúde, a mudança é motivada pelo número de adultos jovens que teve a doença. “A determinação vem a casar com o surto de caxumba que teve no ano passado”, avalia Natália.
É necessária a colaboração dos pais
Natália diz que o SUS está preparado para receber o contingente de pessoas atingidas pela novas regras do Ministério da Saúde. Mas é primordial a colaboração dos pais, para que fiquem atentos à carteira de vacinação dos filhos.
“Não é uma campanha, é obrigatório, e faz parte do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”, diz a diretora da Vigilância. Ela orienta os pais a procurarem a UBS mais próxima, em caso de dúvida.
Adultos
A população deve colaborar, para que as imunizações tenham o efeito desejado. O SUS não mantém uma fiscalização sobre quem vacinou ou não a si ou dependentes, é responsabilidade de cada um.
“Cerca de 80% dos adultos não sabem se tomaram a vacina, nem têm carteira de vacinas”, afirma a diretora. Ela avalia que os adultos são, a grosso modo, desleixados nesse quesito.