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Governo sobe os juros do Fies para 6,5%

Instituições de Brusque receberam mal a medida e tentam driblar o seu impacto no número de matrículas

O Conselho Monetário Nacional (CMN) regulamentou o aumento dos juros do Financiamento do Ensino Superior (Fies) dos atuais 3,4% para 6,5%. Apesar de não ser novidade, já que o Ministério da Educação já havia informado que o faria, o acréscimo não foi bem recebido pelos representantes de instituições de ensino, que tem sofrido com a falta do Fies e a restrição de acesso ao financiamento desde o início do ano.

No mês passado, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, disse que aumentaria os juros. Na última reunião ordinária do CMN, além do acréscimo dos juros, foi aprovada a mudança na carência do Fies. Antes, o estudantes começava a pagar o financiamento 18 meses depois de formado, mas agora este prazo foi reduzido para 12 meses.

O Ministério da Fazenda, um dos envolvidos no grupo de trabalho que avaliou a eficiência do Fies, emitiu nota oficial na qual justifica o aumento. “Com o intuito de realizar um realinhamento da taxa de juros devido ao cenário fiscal e à necessidade de ajuste fiscal, a taxa de juros passará de 3,4% ao ano para 6,5%”. Ainda segundo o comunicado, esta medida possibilitará a sustentabilidade do programa. “Essa alteração continuará permitindo a oferta de financiamentos no âmbito do Fies a juros subsidiados, uma vez que a taxa de 6,5% continua menor que a taxa de mercado”, salienta a nota.
Medida é mal recebida

O vice-reitor da Unifebe, Alessandro Fazzino, afirma que a mudança em si era esperado, mas ele destaca que o mais prejudicial para as instituições de ensino é a incerteza sobre a continuidade ou não do Fies, apesar das falas do governo federal no sentido que não irá cortar o financiamento. A Unifebe não trabalhou com o Fies na sua campanha publicitária para o segundo semestre deste ano justamente por estes problemas.

“O estudantes que vieram até não dependem do Fies”, afirma Fazzino. Ainda assim, o vice-reitor acredita que mais esta notícia negativa terá impactos sobre o número de matrículas da Unifebe e também de outras faculdades.

A diretora da Uniasselvi/Assevim, Graziele Beiler, vai mais longe nas críticas. “O que se percebe que é que governo está cortando o financiamento dos estudantes”, diz, e acrescenta que “infelizmente o Brasil não está na condição política ideal na sua gestão”.

Para driblar o impacto do Fies no número de matrículas, a Kroton Internacional, controladora da Uniasselvi, dispõe do programa Pra Valer, que é um financiamento. Segundo Graziele, vários estudantes aderiram ao Pra Valer.