Grande público prestigia inauguração da clínica AMA Brusque

Atendimentos começam da segunda-feira com triagem de crianças cadastradas

Grande público prestigia inauguração da clínica AMA Brusque

Atendimentos começam da segunda-feira com triagem de crianças cadastradas

Foi inaugurada na noite desta sexta-feira, 28, a Clínica AMA Brusque. Localizada na avenida Getúlio Vargas, no Centro, dentro da Uniasselvi, o espaço atenderá crianças com o transtorno espectro autista (TEA). Será oferecido serviço de terapia ocupacional, fonoaudiologia, além de acompanhamento psicológico e psicopedagogo. Os atendimentos iniciam na segunda-feira, 2.

Segundo a presidente da Associação de Pais, Profissionais e Amigos dos Autistas de Brusque e Região (AMA), Guédria Motta, pelas próximas três semanas a clínica fará a triagem das crianças.

Os pais realizaram um cadastro online e agora serão agendadas avaliações com as crianças. Para garantir a vaga, o pré requisito é a vulnerabilidade social e se participam ou não de outros tipos de terapia, seja ela gratuita ou particular.

Segundo a presidente, a expectativa é de finalizar a avaliação nas próximas três semanas. A partir disso, serão iniciados os atendimentos individuais. “Até o final do primeiro semestre haverá apenas atendimentos individuais, então não consigo precisar quantas crianças serão atendidas”.

Guédria explica que no final do primeiro semestre será realizado um estudo de caso de cada criança para verificar quais têm condições de dar continuidade a terapia, mas no formato de grupo.

“Com o autismo o grupo não funciona para todos em função do neurônio espelho. Nem toda criança com autismo se adapta ao grupo, porque dependendo da incidência do espectro, se ela não morde e vê outra criança mordendo, ela começa a morder por influência do neurônio espelho”.

Os trabalhos começam com uma psicóloga e uma psicopedagoga. Além disso, também há um grupo com 10 voluntários que trabalham nas áreas de psicologia, psicopedagogia, acadêmicas e musicoterapia.

Recursos para clínica

A presidente afirma que o repasse de R$ 10 mil anunciado pela Prefeitura de Brusque para a associação será utilizado para viabilizar o atendimento fonoaudiológico para 15 crianças durante seis meses, além de terapia ocupacional com integração sensorial para mais três crianças, pelo mesmo período.

“Com esses R$ 10 mil conseguiremos atender 18 crianças. Talvez alguma que esteja na fono vá precisar da terapia ocupacional. Vai depender muito da avaliação que acontecerá nos próximos dias”, pontua.

Os R$ 30 mil que a associação conseguiu arrecadar por meio de pedágios serão utilizados para dar sequência aos atendimentos na clínica com atendimento de psicóloga e psicopedagoga. A expectativa da associação é avançar em convênios públicos ao longo do ano.

Atendimentos

O espaço também acolherá a comunidade com atendimentos na segunda-feira à tarde e na sexta-feira pela manhã. “A pessoa pode chegar na AMA, fazer o seu cadastro e passar por uma avaliação. Existem muitas crianças no momento que passam pelo rastreamento de autismo, que podem ou não se configurar dentro do espectro. Todas elas serão acolhidas”, frisa a presidente.

O local atenderá de segunda a quinta-feira, das 8h às 12h, e das 13h30 às 18h. Nas sextas-feiras atenderá apenas no período matutino, das 8h às 12h.

A psicóloga que atenderá na clínica, Rafaella Furtado Garcia Graf, explica que estudos comprovam que o acompanhamento de crianças com autismo desde a primeira infância é muito importante. “Pensamos muito na estimulação precoce, as terapias de fato ajudam no comportamento do autista. Queremos simplificar a vida deles, dar autonomia para eles terem uma vida mais funcional”, salienta.

Para a presidente da AMA, o dia foi histórico para Brusque, Guabiruba e Botuverá. Segundo ela, até o momento o grupo já rastreou 200 crianças diagnosticadas com autismo. “Sabemos que esse grupo vai aumentar. É importante que Brusque comece a construir políticas públicas e a pensar sobre esse transtorno de desenvolvimento que cada vez vai se acentuar mais”.

“É um número muito grande e não tem mais como fingir que isso não existe ou jogar para baixo do tapete. Precisamos entender o que está acontecendo, traçar um planejamento e oferecer acesso às terapias, que são decisivas para o futuro e desenvolvimento da criança”, finaliza.

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