X
X

Buscar

Gratuidade para universitários no transporte coletivo dentro de Brusque depende de viabilidade financeira

Proposta foi apresentada na Câmara de Vereadores, após sugestão do DCE da Unifebe

A proposta de que o transporte coletivo dentro do município também seja gratuito para os universitários depende da viabilidade financeira e do entendimento entre prefeitura, consórcio Nosso Brusque e Câmara de Vereadores.

O vereador Paulo Sestrem apresentou requerimento, recentemente, no qual solicitou que a Prefeitura de Brusque analise a possibilidade de instituir o passe livre para os universitários nos ônibus do Nosso Brusque.

No requerimento, Sestrem justifica que muitos dos estudantes são estagiários, trabalham em período reduzido, por um salário menor, ou nem sequer trabalham e dependem dos pais.

Ele solicitou a gratuidade da tarifa para eles no que se refere ao transporte escolar. Caso não seja possível, Sestrem pediu que o desconto, que hoje é de 50%, seja aumentado, como forma de incentivo aos jovens estudantes.

O requerimento foi aprovado na Câmara Municipal. Mas cabe somente ao prefeito propor esse tipo de projeto de lei.

A proposta do vereador foi elaborada em parceria com o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Unifebe, a maior instituição de ensino superior da cidade em número de alunos.

O presidente do DCE, David Pablo Pereira, explica que, antes de assumir o cargo, entrou em contato com Sestrem para tratar da gratuidade no transporte coletivo para os universitários poderem ir e voltar da faculdade.

“Hoje nós temos aquele ônibus da prefeitura que vai da Unifebe até o terminal, só que a maioria dos alunos mora em bairros afastados. E daí eles têm que pagar o ônibus para ir para sua casa”, diz Pereira.

Ele compara a situação com o transporte universitário disponibilizado pela prefeitura para quem estuda fora de Brusque. “É bem interessante que a prefeitura disponibiliza ônibus para outras cidades, para Univali, para Furb, de graça, e dentro da própria cidade a gente não tem esse benefício da gratuidade”.

O presidente do DCE afirma que muitos alunos param de estudar ou trancam o curso porque não conseguem pagar as mensalidades e também o transporte de ida e volta todos os dias.

“O passe livre é uma iniciativa do DCE para que os alunos possam continuar o curso, não desistir, porque nós somos o futuro econômico e profissional da cidade”, afirma David Pereira.

Com o requerimento aprovado, ele espera que o prefeito Jonas Paegle aceite a sugestão e institua o benefício aos universitários.

Isenção pode elevar preço da tarifa de ônibus

O secretário de Governo e Gestão Estratégica, William Molina, diz que a criação do passe livre dentro da cidade é algo que deve ser analisado financeiramente. Ele é favorável e entende que é uma forma de incentivar que os alunos se formem, contudo, pondera que é necessário avaliar o sistema como um todo.

“Para que essa proposta possa evoluir, é preciso um estudo do impacto financeiro que a gratuidade teria no sistema de transporte coletivo”, explica Molina. Como os estudantes já pagam meia tarifa, não deve ser tão grande, mas ainda assim pode pesar para a concessionária.

Toda gratuidade é levada em conta na tabela de custos de uma empresa de ônibus. O próprio desconto de 50% e outros passageiros que não pagam entram na conta atualmente, por exemplo.

“Somos favoráveis, desde que seja viável para a empresa fazer o serviço. Não adianta fazermos planos mirabolantes e inviabilizarmos o sistema”, diz o secretário de Governo.

O diretor do Nosso Brusque, Arthur Klann, afirma que é preciso sentar para conversar e analisar os pontos positivos e negativos da proposta. Ele ainda não havia sido comunicado sobre o requerimento de Paulo Sestrem na sexta-feira, 5.

“Toda a gratuidade impacta no sistema como um todo”, afirma o diretor. Ele diz que é preciso analisar se não haverá favorecimento a um grupo de pessoas indiretamente, pois ao isentar alguns, outros pagam o custo embutido.

Segundo Klann, a situação do transporte público no país, não só em Brusque, é difícil. As empresas estão “apertadas”, com muitos custos que nem sempre conseguem repassar no valor da tarifa.