Greve de professores tem baixa adesão em Brusque e região
A princípio, aulas devem ocorrer normalmente, apesar da paralisação pelo estado
A princípio, aulas devem ocorrer normalmente, apesar da paralisação pelo estado
Inicia hoje a greve da rede estadual de educação em todo o estado, no entanto, em Brusque e região as aulas devem transcorrer normalmente, pelo menos nestes primeiros dias. Tanto a Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) quanto o Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública de Ensino do Estado de Santa Catarina (Sinte-SC) informam que não há indicativo de uma grande adesão.
O Sinte-SC aprovou o indicativo de grave no dia 10 de março, sob o argumento de que a proposta de reestruturação da carreira do magistério da Secretaria Estadual de Educação é prejudicial aos professores. Em nota divulgada em sua página na internet, o sindicato afirma que até o momento o governo do estado não se manifestou para fazer uma contraproposta para a categoria.
O coordenador regional do Sinte-SC, Agenor Leal, explica que a baixa adesão inicial à grave é algo previsível. “Assim que a greve for deflagrada, Brusque vai construir a greve dentro da greve”, diz. Ou seja, os professores das escolas estaduais da região vão esperar para ver a força do movimento no restante do estado para então decidir se também cruzam os braços.
Leal afirma que a proposta do governo do estado para a reestruturação da carreira falha em um dos principais pontos de reivindicação da categoria, que é a descompactação da carreira. Os profissionais querem que a diferença salarial entre um recém-chegado e um professor já com experiência seja maior do que 50%. Outro ponto de atrito entre sindicalistas e governo do estado é em relação aos professores admitidos em caráter temporário (ACTs). O governador Raimundo Colombo enviou à Assembleia Legislativa de Santa Catarina uma Medida Provisório que visa mudar a forma de pagamento desta categoria. O Sinte-SC se posiciona contrariamente a esta mudança, tanto que houve pressão na Alesc quando a MP foi discutido, e, posteriormente, retirada da pauta.
O gerente regional de Educação, Rodrigo Cesari, diz que fez um levantamento na tarde de ontem com os diretores das 28 escolas pertencentes à SDR de Brusque. De acordo com ele, não há previsão de adesão da greve em nenhum educandário. “Na nossa regional está muito tranquilo, pelo que conversei com os diretores, não teremos adesão dos professores. A SDR de Brusque é uma das únicas nesta situação”. Ele não acredita que existam negociações internas, sem o conhecimento da secretaria. “Podemos ter uma surpresa, mas acho improvável”, diz.
O secretário de estado da Educação, Eduardo Deschamps, concedeu uma entrevista coletiva ontem para falar sobre a greve, em Florianópolis. “Com greve, não há negociação”, destacou o secretário.
O governo diz que o Sinte-SC pede por diálogo, mas não o procurou para discutir a proposta por três semanas.
“Depois que nós convidamos o sindicato novamente para negociar, ele já quer decretar greve. Isso só vai trazer prejuízos para os estudantes e para a sociedade. É lógico que é um processo complexo, que não vai se resolver de uma hora para outra”, diz.