Greve dos caminhoneiros ganha apoio de motoristas de transporte escolar e turismo

Ação de apoio contou com carreata pelo Centro de Brusque e bairros, além de concentração na rodovia Ivo Silveira

Greve dos caminhoneiros ganha apoio de motoristas de transporte escolar e turismo

Ação de apoio contou com carreata pelo Centro de Brusque e bairros, além de concentração na rodovia Ivo Silveira

Motoristas de vans e ônibus, usados no transporte escolar e de turismo, fizeram um ato de apoio à paralisação de caminhoneiros. Ao todo, cerca de 50 pessoas participaram do ato, que envolveu uma carreata entre o Centro e os bairros Centro II, Santa Terezinha e Santa Rita. O movimento nacional chegou em seu sexto dia, nesta sábado, 26, com pontos de concentração nas rodovias Ivo Silveira, Antônio Heil e Pedro Merizio.

A tendência é que o grupo mantenha mobilizações de apoio ao longo do dia. Eles chegaram a fazer um ponto de concentração na rodovia Antônio Heil na manhã deste sábado. O ato, segundo Wanderlei Somensi, o Wander, iniciaram na noite de sexta-feira, como forma de reforçar o apoio.

“Agora é o momento de fazer o movimento acontecer ou eles vão acabar desistindo”, resume, Somensi. De acordo com ele, a mobilização foi motivada pelo impacto dos aumentos dos combustíveis e tributação na rotina dos trabalhadores do setor. Ele chegou a ter 15 veículos para prestar serviços de transporte, mas acabou reduzindo para cinco, como forma de diminuir custos.

Pela avaliação de Somensi, os encargos ligados ao setor desestimulam a continuidade da atuação. Há 14 anos atuando no setor, afirma nunca ter cogitado um panorama como o encontrado hoje por transportadores de passageiros e cargas.

Os reflexos, segundo ele, podem ser vistos na queda no número de profissionais no município. A própria Associação do Transporte Escolar e de Fretamento de Brusque (Asteb) não tem todos os 25 integrantes atuantes por falta de projeções de melhorias na condição dos profissionais e empresários, afirma.

Empresários e moradores
Luciane de Almeida era uma das integrantes do grupo e destacava as dificuldades vivida não só pelo setor de transportes com os custos dos combustíveis. No caso dela, dos oito veículos mantidos para atender escolares e empresas, apenas três seguem em funcionamento. O motivo, afirma, são os altos custos com a manutenção da atividade e pessoal necessário.

Segundo ela, para se manter na atividade, a solução encontrada foi não repassar todos os reajustes que o setor recebeu. “O que vai aumentando de custos não é acompanhado com o que as pessoas recebem. Esta causa não é só deles (caminhoneiros), mas para toda a sociedade”.

Dia a dia dos caminhoneiros
Morador de São João Batista, Jardel Bonadiman está acampado em um dos pontos de concentração da rodovia Ivo Silveira desde a metade da semana. Assim como ele, parte do grupo se mantém no local durante 24 horas por dia, integrando a greve dos caminhoneiro.

Na manhã deste sábado, 26, ele e um grupo de apoiadores às mobilizações improvisavam um almoço sob lonas montadas entre dois caminhões, em Barracão, Gaspar. Para dormir, ele usa o carro. Antes disso, o caminhoneiro havia passado por pontos de concentração em São Paulo.

Mesmo com os anúncios do governo federal de que vai utilizar a Força Nacional e as Forças Armadas para liberar as estradas, ela afirma não temer uma mudança de postura dos órgãos de segurança com o grupo. Para Bonadiman, a decisão acabou estimulando a participação de mais pessoas na mobilização.

Ele ressalta que o grupo apenas limita o fluxo de caminhões. “Não estamos atrapalhando a vida de ninguém, os produtos essenciais estão sendo liberados. O governo teve tempo para achar uma solução e não fez. Muitas destas coisas já faltavam antes do movimento”.

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