Grupia entrega Carta de Brusque a parlamentares
Documento que contém valores defendidos pelo grupo foi assinado pelos deputados Esperidião Amin e Ismael dos Santos
Documento que contém valores defendidos pelo grupo foi assinado pelos deputados Esperidião Amin e Ismael dos Santos
O Grupo de Proteção da Infância e Adolescência (Grupia) realizou na sexta-feira, 13, a sua primeira assembleia geral de 2015. A reunião contou com a presença de autoridades de vários setores, como o deputado federal Esperidião Amin, o deputado estadual Ismael dos Santos e o procurador de Justiça José Galvani Alberton. Eles foram convidados para receber em mãos a Carta de Brusque, documento no qual o Grupia reúne os princípios que defende na sociedade. Os deputados farão a leitura da Carta na tribuna da Câmara dos Deputados e da Assembleia Legislativa.
A Carta de Brusque foi elaborada em uma assembleia geral do Grupia realizada em 13 de novembro do ano passado. O documento discorre sobre o que os integrantes do grupo consideram os valores morais e éticos que devem ser seguidos pela sociedade. Paulo Kons, presidente do grupo, destacou que a luta contra a ideologia de gênero – que visa a inclusão total de gays e lésbicas, inclusive com direito à licença-maternidade – é uma das principais bandeiras do Grupia.
O ex-governador Esperidião Amin disse que foi tentado incluir no Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado e sancionado no ano passado, a ideologia de gênero, na qual desaparecem a figura de mãe e pai e são substuídas por “cuidadores”. A ideologia de gênero também prega o uso do nome social por gays – nome social é a forma como os transexuais e os travestis preferem ser chamados e que não substitui o nome oficial, registrado em documentos -, dentre outras medidas. “Nas reunião, a idelogia de gênero foi amplamente debatida e rechaçada. Tentaram de novo colocar em votação e derrubamos de novo”, disse.
O deputado se disse honrado com o convite para partipar da assembleia do Grupia e poderá, inclusive, voltar para outra reunião, em maio. “Acho muito importante este particular texto [Carta de Brusque]”, destacou Amin.
O deputado Ismael dos Santos, que é ligado à igreja Assembleia de Deus, usou a palavra para se posicionar ao lado do Grupia contra a ideologia do gênero e a favor do que ele considera bons costumes. “Farei a leitura desta carta em plenário. Hastearemos esta bandeira, com certeza”, concluiu.
José Galvani Alberton, procurador de Justiça, subcorregedor-geral do Ministério Público, e por dois mandatos procurador-geral de Justiça, também esteve presente. Ele falou sobre a ética no país. “A pátria está em perigo, eticamente”, arrematou Alberton.
A assembleia contou com a presença de inúmeras autoridades, religiosos e representantes de entidades.
Carta de Brusque
A Carta de Brusque foi lida para todos os participantes da assembleia. Segundo Kons, há uma intenção de parte da classe política de introduzir nas leis a ideologia do gênero. A ideia do termo gênero, diz ele, é acabar com o homem e mulher e substituir por masculino e feminino. Kons não considera isso saudável. “Biologicamente, querem dizer que não há diferença entre homem e mulher”, diz. Ele afirma que o Grupia é a favor da igualdade de direitos em todos os âmbitos, mas biologicamente isto não é possível.
Outro ponto destacado por Kons e também presente na Carta de Brusque correlacionado à ideologia de gênero é a licença maternidade. Segundo o presidente do Grupia, há uma tentativa de “uma minoria” de suprimir a licença-maternidade e substitui-la pela licença natalidade. “[…]o propósito, em verdade, é abolir da Constituição a tutela da figura materna, a mãe, como se dela pudessem ser extirpados, por medida legislativa arbitrária e esdrúxula, os próprios atributos biológicos que a Natureza lhe conferiu”, afirma um trecho da carta.
A Carta de Brusque também defende o direto à opinião contrária ao homossexualismo. Kons afirma que respeita que cada pessoa tem a liberdade de seguir a sua orientação sexual, mas os outros também devem ter o direito de ter uma posição sobre o assunto, sem medo de serem presos. “Não nos colocamos em posição de censura ou afronta à liberdade das pessoas de viverem a opção sexual que lhes convenha, e frisamos que nossa manifestação não é nem pretende ser, de forma alguma, contrária as escolhas de cada ser humano. Prezamos, acima de tudo, o respeito à pessoa humana. O que condenamos na chamada “ideologia de gênero” e na massiva propaganda de estímulo à homossexualidade é o interesse em disseminar esse comportamento, especialmente entre crianças em idade escolar”, diz outro trecho da Carta. O documento entregue aos parlamentares afirma que há projetos que criminalizam a homofobia no Congresso Nacional que podem inteferir neste direito.