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Grupo das senhoras evangélicas de Brusque completa 50 anos de fundação

Oase Esperança, da paróquia Bom Pastor, foi criada por mulheres que não compreendiam o alemão

Uma história construída com muita espiritualidade e trabalho social. Assim pode ser definido o grupo da Ordem Auxiliadora das Senhoras Evangélicas (Oase) Esperança, da paróquia Bom Pastor, que hoje completa 50 anos de fundação.

Um dos grupos mais ativos e atuantes da Igreja Evangélica de Confissão Luterana de Brusque, a Oase Esperança surgiu em 1967 por iniciativa de mulheres que não falavam o alemão, idioma comumente usado em encontros religiosos na cidade.

Sueli Orthmann Kock, atual presidente da Oase Esperança, conta que havia um outro grupo denominado Oase Caridade – que no fim do ano completa 110 anos de fundação -, onde as integrantes falavam apenas alemão. Algumas mulheres, por não compreenderem a língua, decidiram se desmembrar deste grupo e formar outro. E assim que aconteceu.

Cerca de 15 senhoras, juntas, fundaram a Oase Esperança. Hoje, apenas quatro destas estão vivas, sendo que uma delas mora em Curitiba (PR). Oda Fritzen, de 81 anos, foi uma das fundadoras. Ela lembra que os encontros eram muito bons e foi ali que aprendeu sobre a religião e fez grandes amizades. O que mais sente falta é dos trabalhos manuais de bordado, que eram feitos durante as tardes. O valor arrecadado com as vendas era revertido em prol do antigo Hospital Evangélico de Brusque.

Registro das mulheres que integravam a Oase Esperança nos 30 anos de fundação / Arquivo Oase

Hoje, com apenas 30% da visão, Oda continua participando dos encontros, pois para ela, a Oase é sua segunda família. “Era muito bom. Eu tinha as crianças pequenas, então escondia a faca, os garfos e o fósforo e ia com o meu Fusca para lá. Sou grata a Deus por essa oportunidade de participar por todos estes anos”, afirma.

Objetivos
O principal objetivo da Oase Esperança é prestar serviço à comunidade. Por meio dos trabalhos manuais e dos cafés, realizados semanalmente nas tardes de quartas-feiras, o grupo busca recursos para ajudar entidades de Brusque, como a Rede Feminina de Combate ao Câncer, Lar de idosos, entre outras. Além disso, a Oase sempre foi uma forte colaboradora do hospital.

Sueli explica que há um tripé que baseia o grupo: comunhão, testemunho e serviço. Segundo ela, o primeiro diz respeito a se reunir com as amigas para a troca de informações e o diálogo; o segundo é voltado à espiritualidade, onde cantam hinos evangélicos e leem mensagens bíblicas, e o terceiro é exatamente o de arrecadação de recursos para ações sociais.

Atualmente, cerca de 50 mulheres das mais diversas idades integram a Oase, desde senhoras de 30 anos até as sexagenárias. “O nosso lema é – aqui você tem lugar -, pois queremos que as mulheres participem e se sintam bem, independentemente se forem luteranas ou não. Estamos com as portas abertas para receber quem quiser chegar”, diz a atual presidente, que também já foi vice-presidente e coordenadora do grupo.

Ela destaca que a Oase tem um papel fundamental na sua vida, já que em 2003, após perder um filho em acidente de trânsito, encontrou o amparo que precisava no grupo. “Foi um momento muito difícil na minha vida e a Oase foi o esteio que me ajudou a me reerguer e não cair em depressão”.

Desafios
Para Sueli, são muitos os desafios à frente do grupo, mas com fé em Deus é possível seguir com determinação. “Eu amo esse trabalho e quero continuar o que vem sendo feito, tentando melhorar e aperfeiçoar cada vez mais”.

Os pastores da paróquia Bom Pastor, Claudio Siegfried Schefer e Edélcio Tônio Tetzner são os orientadores pastorais da Oase. Eles são responsáveis por cuidar da espiritualidade dos encontros e realizar os estudos bíblicos e meditações.

“Ser pastor da Oase é gratificante, pois é um dos grupos mais atuantes da igreja luterana”, destaca Schefer.

Culto celebrativo
Hoje, às 15h, na igreja da paróquia Bom Pastor, no Centro de Brusque, haverá culto festivo para celebrar os 50 anos da Oase Esperança. Logo depois será realizada uma confraternização com café.