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Grupo de ‘Autodefensores’ representam usuários da Apae de Brusque

Integrantes são responsáveis por defender os direitos e interesses das pessoas com deficiência, e intermediar a relação entre usuários e diretoria da entidade

 

Para defender os interesses da pessoa com deficiência intelectual e múltipla, a Apae de Brusque conta com um grupo intitulado Autodefensores. A função deles é sugerir ações que aperfeiçoem o atendimento e participação dos alunos da entidade em todos os segmentos da sociedade.

 A escolha e nomeação dos Autodefensores está prevista no Estatuto da entidade e em Brusque, o grupo formado por um casal titular: Rodrigo Lima e Márcia Marcos, um casal suplente: Jair Roque Parisotto e Marciana Ribeiro, e uma assessora: Viviane Aparecida Voss, foi eleito no final de 2016 e tomou posse no início deste ano.

Os assistentes sociais Nathalie Silveira e Helton Horner acompanham o trabalho dos Autodefensores e realizam encontros semanais com eles, para desenvolver habilidades e trabalhar as responsabilidades que têm perante os alunos e usuários da instituição.

“A escolha de dois casais para representar a todos que frequentam a entidade é uma proposta do Movimento Nacional das APAEs e cada mandato tem duração de três anos. Além do trabalho na entidade, os Autodefensores participam de um encontro estadual, onde é eleito um representante para participar do encontro Nacional”, explica a assistente social Nathalie Silveira.

Rodrigo, Márcia, Jair e Marciana intermediam a relação entre os usuários e a diretoria da instituição, e contam com as orientações da assessora Viviane, que já atuou como Autodefensora por alguns anos. “Temos que conversar sempre com nossos colegas para saber se tem alguma coisa que está incomodando, ou quais as sugestões de melhorias para a APAE. Estamos aqui para ajudar”, declara o grupo.

Para facilitar o reconhecimento deles e garantir que os demais usuários não tenham dúvidas de quem são seus representantes, serão confeccionados crachás para identificar os Autodefensores.

“É muito importante termos esse crachá para que os alunos e usuários saibam quem nós somos e mantenham contato com a gente. E tudo que é feito de reclamações ou pedidos, nós levamos até a direção”, observa o grupo.

Reivindicações
Viviane conta que no ano passado, a principal reivindicação apresentada pelos Autodefensores para a diretoria da Apae, foi a instalação de um telhado no pátio utilizado pelos alunos do ISI – Instituto Santa Inês, tendo o pedido sido atendido.

Já neste ano, uma das solicitações que está na pauta do grupo, é a aquisição de um ônibus adaptado aos usuários de cadeira de rodas, considerando que a instituição possui cerca de dez alunos cadeirantes, e que não há veículos acessíveis.

“Os carros que temos, não permitem que façamos um passeio com os cadeirantes, por exemplo. E além de ter conforto, tem que garantir a segurança deles”, destacam os Autodefensores.

Paralelo ao trabalho que realizam dentro da entidade, o grupo comenta também, sobre o preconceito que a maioria das pessoas com deficiência, enfrenta nas atividades do dia a dia. “Infelizmente, ainda existe muito preconceito, e só queremos ser vistos como alguém igual aos outros. Quando uso o transporte coletivo, por exemplo, algumas pessoas olham atravessado ou riem e tratam a gente como uma bobinha, e isso é muito chato. Queremos ser respeitados como uma pessoa normal, que tem os mesmos direitos das outras”, considera Viviane.