Grupo de Brusque embarca para viagem cultural à Polônia
Roteiro de 11 dias foi organizado pela Fundação José Walendowsky
Neste domingo, 25, um grupo de 30 pessoas embarca para Varsóvia, capital da Polônia, para uma viagem que tem como objetivo promover a cultura polonesa. A viagem também busca resgatar a história das famílias descendentes de poloneses e fomentar o restabelecimento de contatos com os parentes que ainda residem na Polônia.
Este é o primeiro grupo que viaja com o apoio da Fundação José Walendowsky, entidade que congrega descendentes de poloneses na região de Brusque. A viagem terá duração de 11 dias e, além da capital, os brusquenses – a maioria descendentes de poloneses – passarão por Wroclaw, Oświęcim, Cracóvia, Wieliczka, Zakopane e Lodz.
Um dos momentos mais esperados pelos viajantes é o passeio à Lodz, cidade de origem dos imigrantes poloneses de origem alemã que chegaram em Brusque a partir de 1890. De acordo com a professora Rosemari Glatz, que faz parte do grupo, quando chegaram em Brusque, alguns dos imigrantes originários de Lodz conheciam a arte da tecelagem e procuraram retomar a profissão por meio de teares manuais domésticos, construídos de madeira.
“Até 1918, a parte da Polônia onde fica a cidade de Lodz integrava o território alemão, pois a Polônia estava dividida entre a Rússia, a Prússia e o Império Habsburgo. A cidade tem uma herança multicultural de poloneses, alemães, judeus e russos. É uma cidade da revolução industrial, moldada pela máquina a vapor e pela era elétrica”, diz.
A viagem cultural para a Polônia é uma das programações que compõem a 12ª edição do Evento Cultural Polonês em Brusque, organizado pela Fundação José Walendowsky e, além disso, dá início a contagem regressiva para a comemoração dos 150 anos da imigração polonesa para o Brasil, que será comemorada em Brusque em agosto de 2019, já que o município é o berço da imigração polonesa no Brasil.
O presidente da Fundação José Walendowsky, João Paulo Walendowsky, afirma que há uma grande curiosidade dos descendentes em conhecer o lugar de origem de suas famílias, por isso, a fundação decidiu organizar a viagem para poder proporcionar este resgate da história dos descendentes poloneses. “O objetivo é ajudar na manutenção do espírito do imigrante polonês”.
Pesquisa de campo
A professora Rosemari Glatz, em parceria com a filha, Sarah Beatriz Frainer, será a responsável por escrever o livro que conta a história da imigração polonesa em Santa Catarina. Para isso, a professora utilizará a viagem como uma espécie de pesquisa de campo.
“A viagem cultural que faremos a Polônia vai contemplar aspectos turísticos, culturais e históricos, oportunidade que teremos acesso ao patrimônio material e imaterial das regiões visitadas. Eu pretendo aprender com isso. Quando se escreve com conhecimento de causa, o que você produz é muito mais rico e consistente”.
O livro, segundo ela, que terá o apoio da Sociedade Amigos de Brusque (SAB) é pensado para todas as idades e virá num formato mais leve, de fácil compreensão. “Será bilíngue: português e polonês, pois sabemos que, assim como no Brasil temos interesse em saber sobre o lugar de onde vieram os nossos antepassados, também na Polônia eles têm interesse em saber sobre os descendentes dos seus emigrantes”.