Grupo de deficientes físicos se reúne mensalmente no Sesc
Participantes trocam experiências e desenvolvem atividades cooperativas
Cerca de 12 deficientes físicos, e seus familiares, participaram de um encontro voltado à integração, promovido mensalmente pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) de Brusque. A técnica de grupos, Iassana Hoffmann, coordenadora da atividade, explica que a proposta é proporcionar aos participantes um momento de lazer e troca de experiências. As reuniões acontecem todo último sábado do mês. No último encontro, bandeirinhas coloridas, comidas típicas e o som da sanfona animaram o evento inspirado em uma Festa Julhina. “Todo encontro tem uma temática diferente para que eles saiam da rotina. Trabalhar com pessoas com deficiência é gratificante, eles sempre te trazem um retorno”, diz Iassana.
Superação
Desde que começaram os encontros, Grasiela Pacheco, 32 anos, não perde nenhuma reunião e sempre é uma das mais animadas. Quando nasceu, prematura, sofreu paralisia cerebral e ficou com sequela nas duas pernas e no braço esquerdo. Durante a infância, a cadeirante sabia que era diferente, mas nunca deixou que isso a impedisse de se relacionar com as outras crianças. Comunicativa, a menina se enturmava contando histórias e entretendo os amigos. Aos 32 anos, continua com a mesma motivação dos tempos de criança e compartilha sua experiência para motivar outras pessoas. O sonho da brusquense é se tornar jornalista.
Apaixonada pela leitura, buscou na escrita uma nova maneira de se expressar e se orgulha em dizer que tudo lhe serve de inspiração, inclusive sua deficiência. “Posso falar até sobre o nosso problema. O deficiente não tem o respeito que gostaria e precisa conviver com a falta de acessibilidade em muitos locais. Eu escrevo sobre isso para acordar o pessoal a respeito da nossa situação”, diz.
Para participar dos encontros, basta entrar em contato com o Sesc pelo telefone (47) 3351-0408 e se inscrever gratuitamente. Não há restrição de idade. Todas as atividades, passeios, deslocamentos e lanches são oferecidos gratuitamente. Iassana acredita que dificuldade em aumentar o número de participantes aconteça por causa de preconceito, mas espera que a situação se reverta.