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Grupo do bairro Santa Terezinha visita idosos afastados do convívio social

Voluntárias da Visitação da Pastoral da Pessoa Idosa dedicam seu tempo para levar um afago aos velhinhos do bairro

Com ouvidos atentos, mãos dispostas a acariciar e muito amor no coração, voluntárias da Visitação da Pastoral da Pessoa Idosa do Santa Terezinha dedicam seu tempo para levar um afago aos velhinhos do bairro que estão afastados do convívio social.

O grupo, de cunho ecumênico, é formado por dez mulheres e existe desde junho do ano passado. Em um ano, cerca de 100 idosos foram visitados. Mensalmente, de duas em duas – como Jesus mandava seus apóstolos – , elas visitam durante o dia os moradores que já fizeram muito pela comunidade e que hoje estão acamados ou impossibilitados de se locomover.

Lordete Comandolli Floriani, a Ode, de 54 anos, é a coordenadora da visitação. Ela, que desde pequena viu sua mãe visitando os doentes e trabalhando voluntariamente nas festas da igreja, sentia que precisava fazer algo pelo próximo. Há 25 anos, dedica-se à paróquia Santa Terezinha, seja fazendo lembrancinhas nos cursos de noivos ou colaborando com o Movimento de Cursilhos de Cristandade (Cursilho).

Porém, como Ode diz, “quem é voluntário uma vez não consegue mais ficar fora”, ela também decidiu abraçar a causa dos idosos. “Eles só querem alguém que os escute. Às vezes nem isso, querem apenas alguém que sente ao seu lado, pegue a sua mão e fique ali olhando”. A coordenadora afirma que a presença é o mais importante pois, assim, os velhinhos percebem que existem pessoas que se importam com eles.

Ode salienta que a ação é valiosa e que se sente feliz em levar esse amor aos idosos. “É deixar de ti, dos teus e viver o outro. Distribuir amor e um pouco de doçura”. Ela também diz que pessoas que fazem voluntariado dificilmente ficarão doentes e terão problemas”. Você vai olhar para o outro e ver que era feliz e não sabia. Uma atividade dessa às vezes é melhor do que tomar um café, ir na academia”.

Voluntária da Visitação da Pastoral há seis meses, Odélia Schelenski, de 73 anos, diz que a ação lhe proporciona um grande aprendizado. “Vale muito a pena. Eles nos recebem bem e eu me sinto mais feliz. E como eu tenho tempo, poder me doar para outras pessoas me satisfaz”.

Assim como Odélia, Vitalina Zen Popper, de 73, afirma que é gratificante visitar os idosos. Ela ressalta que o mundo poderia ser melhor se cada um fizesse a sua parte. “O mundo não é só o que está ao nosso redor. São mais coisas, é além do horizonte”.

Felicidade

Nascida em Nova Trento, Bernardina Smaniotto Coelho, de 87 anos, mora em Brusque “praticamente a vida toda”. No Santa Terezinha, casou e constituiu família. Ela sempre participou ativamente da paróquia. No entanto, há seis anos ficou viúva e hoje tem dificuldades em se locomover. A senhora mora sozinha numa casa situada no terreno da filha Glória Amorim.

Bernardina ainda usa medicação para a pressão, para o coração e para a diabetes. Como não consegue ir à missa sozinha nem ajudar nas atividades do bairro, mensalmente as voluntárias lhe visitam. “Eu adoro. Fico muito feliz. Nós falamos da roça, onde me criei, e ficamos de mãos dadas”, diz a senhora, que ainda completa: “Dá um ânimo. E dói o coração quando elas vão embora, dá até saudade”.