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Grupo Escoteiro cresce 54% em Brusque no último ano

Atividades em meio à natureza têm atraído os pais para afastar os filhos da tecnologia

Em tempos de redes sociais, games e Netflix, os pais tentam driblar o foco na tecnologia e buscam opções de lazer e entretenimento em meio à natureza para as crianças e adolescentes. Com isso, o Grupo Escoteiro Brusque (GEB) registrou um aumento de 54% no número de integrantes de 2014 para 2015. A procura por grupos de escotismo cresceu não somente no município, mas também em todo o estado. No mesmo período, levantamento feito pela regional da União dos Escoteiros do Brasil em Santa Catarina mostra que o crescimento foi de 10,89% no estado.

O diretor técnico do GEB, Rodrigo Lorenz Freitas, atribui o crescimento aos trabalhos que o grupo vem realizando nos últimos anos. “A gente começou a realizar atividades no meio social, como em praças, com isso passamos a ser mais vistos”.

Grupo de escoteiro de Brusque teve um crescimento de 2014 para 2015, após um trabalho de divulgação das atividades / Foto: Grupo de Escoteiro de Brusque / Divulgação

Para ele, os mais interessados são as crianças, incentivadas pelos pais. O grupo, formado oficialmente em outubro de 1961, se divide em quatro faixas etárias que vai dos 6 aos 21 anos: lobinho, escoteiro, sênior e pioneiro. “Muitos jovens até têm vontade de participar, mas como nossos encontros são aos sábados à tarde, alguns trabalham no horário e não conseguem conciliar”, diz Freitas. As atividades do grupo também são divulgadas nas redes sociais.

Freitas participa do grupo desde os 7 anos, e agora incentiva o filho a participar. Ele diz que o objetivo do escotismo não é educar, mas exercitar o espírito de liderança em equipe, discussões em grupo, formação de caráter e respeito à pátria e à religiosidade. “Temos experiências voltadas à natureza, jogos educativos, acampamentos de sobrevivência. Então são atividades que fazem os participantes esquecerem o tablet, celular ou computador”.

O chefe do ramo Escoteiro, Gerson Haacke, passou a ser voluntário no grupo assim que os filhos Bruno Bernardo, 16 e Thaís Helena, 12, se tornaram membros. “Nos últimos anos o grupo teve realmente um crescimento acentuado e não somente de jovens, mas também de pais voluntários”. Ele acrescenta que para os pais participarem é necessário passarem por uma capacitação.

Assim que teve uma oportunidade, Haacke convidou os filhos a integrarem o grupo, até mesmo porque era seu desejo de criança. Porém, devido às dificuldades da época, ele não conseguiu se tornar um escoteiro. “Mas me sinto muito feliz em agora fazer parte e ver o envolvimento dos pais, porque a gente percebe a necessidade de buscar algo diferente aos filhos, até porque têm crianças que diariamente não possuem um contato direto com a natureza”, diz.

A esposa Marisa Miranda Haacke diz que depois que os filhos entraram para o grupo, percebeu uma grande mudança no comportamento deles. “Se tornaram mais independentes, têm noções de cuidados dentro de casa, e isso me deixa mais segura em sair e deixá-los sozinhos”, diz.

Crianças são desafiadas com atividades que envolvem aventura nas alturas / Foto: Grupo de Escoteiro de Brusque / Divulgação

Marisa também já foi voluntária no GEB, e acredita que cada experiência adquirida no grupo serão levadas para toda a vida. “Sou da época em que todos moravam em casas, com quintal, brincando no mato e andando de bicicleta. Muitas crianças hoje não têm mais essa oportunidade e se prendem nas tecnologias que são oferecidas”. O casal Marisa e Gerson garantem que quando a criança se envolve com o escotismo e tem interesse, o comportamento reflete no bom desempenho nos estudos e na educação em casa.

Como participar

O Grupo de Escoteiro de Brusque se reúne todos os sábados à tarde, das 14h30 às 17h30. Para inscrever as crianças e adolescentes, os pais precisam acompanhar e levar documentos de identificação deles próprios e do participante, para preencher a ficha cadastral. Para os jovens maiores de idade, apenas é preciso apresentar um documento com foto.

Como o escotismo é uma atividade sem fins lucrativos, o grupo cobra uma taxa mensal para manter a sede, que fica localizada na subida do morro do parque da Caixa D’água, na rua Dr. Penido, no Centro.

O telefone para contato é 3351-4023 e o Facebook oficial.