Grupo de costura atua há mais de 60 anos em prol dos pacientes do Hospital Azambuja
Lideradas pela irmã Myriam Cavassin, as 36 voluntárias que formam o Grupo Fidelidade são as responsáveis pela costura, pelo remendo e pela criação de itens como panos de cozinha e coadores de café
Se engana quem pensa que o Complexo de Azambuja se restringe apenas ao hospital, ao santuário, ao seminário e ao Morro do Rosário. Embrenhada na parte de trás do hospital e com acesso restrito, uma pequena salinha transforma o complexo em um exemplo de solidariedade.
Lideradas pela irmã Myriam Cavassin, as 36 voluntárias que formam o Grupo Fidelidade são as responsáveis pela costura, pelo remendo e pela criação de itens como panos de cozinha, coadores de café, forros de cama e aventais para o Hospital Azambuja. As peças são destinadas diretamente à casa de saúde ou são comercializadas para que os valores sejam repassados, posteriormente, ao local.
“Nós atendemos o hospital conforme somos solicitadas. Eles nos mandam os pedidos dependendo do que precisam, independentemente do dia, e nós fazemos e mandamos de volta para eles. Às vezes são pedidos urgentes, e que nós temos de fazer logo”, explica Myriam.
A irmã passou 20 dos 91 anos de vida atuando no Fidelidade. Para ela, o trabalho desenvolvido pelas voluntárias é fundamental para auxiliar o hospital e, sobretudo, os pacientes. “É maravilhoso o que elas fazem aqui. E a maioria tem histórias muito bonitas e são muito talentosas no que fazem. Eu tenho orgulho de fazer parte do grupo, que tem o nome de Fidelidade porque as voluntárias realmente são fieis”, diz.
O grupo se encontra na salinha todas as quartas-feiras, das 13h às 17h. No espaço, as voluntárias têm à disposição máquinas de costura e demais equipamentos e peças para desenvolverem o trabalho. Segundo a irmã, o material utilizado pelas voluntárias para criar os itens é recebido por meio de doações ou por meio do próprio hospital.
Integrante mais antiga do grupo, com 32 anos de voluntariado, Marli Dell’Agnolo, de 72, conta que a idealizadora do Fidelidade foi a irmã Limbônia Bohn, falecida há cerca de 15. “Esse trabalho nasceu a partir do seminário. As voluntárias começaram a fazer costuras para o seminário e aos poucos foi aparecendo mais gente para o grupo e depois o trabalho voltou-se em prol do hospital”, explica Marli.
A voluntária entrou no grupo após uma promessa relacionada a um dos filhos. Ela conta que o bebê nasceu com problemas de saúde mas se recuperou e, desde então, Marli é uma das integrantes do Fidelidade, que existe há mais de 60 anos.
“Eu prometi que se ele ficasse bem eu faria algum trabalho para ajudar o meu semelhante. E ele melhorou e hoje é casado e tem dois filhos. Desde lá eu nunca mais parei. Eu só falto em alguma quarta-feira em caso de última necessidade. É gratificante poder ajudar os outros”, afirma.
A saúde também foi um dos motivos pelos quais Amélia de Souza Bodenmuller, de 53 anos, iniciou os trabalhos no grupo. Voluntária mais nova, com cerca de um ano de atuação, ela conta que o trabalho desenvolvido por ela é uma forma de agradecimento.
“Eu tive paralisia facial e um câncer, mas tenho um marido e dois filhos muito bons, e tenho que agradecer. Comecei aqui para agradecer. Ajudar pessoas é muito bom e aqui todas as voluntárias são maravilhosas”, diz. Além de costurar, as voluntárias também recebem doações de peças de roupas que elas repassam a pessoas carentes que chegam ao hospital sem vestimentas extras.