Grupo Mulheres de Ferro auxilia nos treinamentos de atletas amadoras e participa de corridas “digitais”
Atividades são feitas no fim da madrugada ou no início da manhã, com percursos longos no fim de semana
Atividades são feitas no fim da madrugada ou no início da manhã, com percursos longos no fim de semana
Em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), 14 mulheres se protegem como podem, continuam desafiando seus limites e começam a se adaptar para correr de máscara. Elizete Félix, Tatiana Alves Herber e Angelica Bonomini criaram, em 9 de julho de 2017, o grupo Mulheres de Ferro, para auxiliar nos treinamentos de atletas amadoras para corridas, especialmente as de média e longa distância. Quase três anos depois, a equipe busca formas de continuar as atividades de maneira segura, e tem no calendário as chamadas competições digitais.
A iniciativa surgiu em um treinamento com trajeto de Brusque a Itajaí, visando a Maratona Internacional de Florianópolis. A ideia é que mulheres não precisem fazer estes treinos sozinhas, em horários, às vezes, anteriores ao nascer do sol. A corretora de imóveis Elizete Félix explica que há uma dificuldade em treinar em longas distâncias sem companhia, e não há segurança total quando se sai para correr, por exemplo, às 4h.
“Fazer maratona e ser mãe, esposa, empreendedora, estudante, todas as funções cumpridas e desenvolvidas enquanto mulher, além do tempo para treinar para as maratonas. Por isso Mulheres de Ferro. Vimos que outras mulheres corriam sozinhas, treinavam sozinhas. E podíamos apoiá-las nos treinos longos. Nosso grupo nasceu desta questão, de se ajudar.”
A atleta amadora também ressalta a importância de cuidar da saúde em meio à pandemia, e o foco tem mudado. Há quem consiga, entre as Mulheres de Ferro, começar e terminar um trajeto utilizando máscaras de proteção.
“Queremos inspirar outras mulheres a se cuidarem, a buscarem um bem-estar e a cuidar da saúde. Temos integrantes muito acostumadas. Não vou dizer que é fácil, mas vamos nos adaptando. Temos as nossas personalizadas. E temos que nos adaptar. Há um trecho ou outro em que tiramos a máscara para respirar melhor, e mantemos uma distância segura durante os treinamentos.”
O grupo, hoje com 14 mulheres, se encontra às 5h de quarta-feira no Jardim Maluche, e parte rumo à Beira Rio. As atividades, de distâncias menores, são ditadas dependendo da necessidade das integrantes. As sessões mais longas são feitas aos finais de semana. Em uma delas, as Mulheres de Ferro subiram o Morro da Cruz em Nova Trento, num trajeto de 34,3 quilômetros. Em outro dia, o destino foi São João Batista.
“Temos um calendário de provas, somos apaixonadas por corridas de rua. Estávamos inscritas para várias neste ano. A maioria foi cancelada, outras foram adiadas, mas continuamos focadas por causa das provas digitais, até julho temos uma programação”, comenta Elizete.
Nas chamadas provas digitais, a corrida é feita individualmente ou em pequenos grupos distanciados. O percurso (escolhido pelo participante) e o tempo são marcados em aplicativos de mapeamento em GPS.
“Vários organizadores estão aderindo. Quando fomos para São João Batista estávamos participando de uma competição deste tipo. Há quase sempre algo de cunho social, para auxiliarmos algum grupo.” A expectativa é de sejam realizadas, até o fim de 2020, apenas corridas digitais.