Grupos de Brusque e Itajaí reivindicam implantação de ciclovia na rodovia Antônio Heil
Protesto reuniu cerca de 150 ciclistas no domingo, 20
No domingo, 20, um protesto na rodovia Antônio Heil reuniu 150 ciclistas integrantes do Fórum da Bicicleta de Brusque e da Cicloação, de Itajaí, pedindo a implantação de ciclovia na rodovia Antônio Heil. A Prosul, empresa que elaborou o projeto de duplicação da rodovia, afirma que está previsto do entroncamento com a BR-101 até a ponte do bairro Limoeiro, a implantação de faixas de múltiplo uso com 2,5 metros de largura, em ambos os lados da rodovia. Também haverá tachões separando o espaço do pedestre e do ciclista. A empresa afirma ainda que no trecho de Brusque terá o acostamento com calçada, com largura de 2,5 metros, onde também será possível a passagem dos ciclistas.
No entanto, o coordenador do Fórum da Bicicleta de Brusque, Edson Hoffmann, destaca que a faixa de múltiplo uso existente no projeto nada mais é do que um acostamento compartilhado. “Continuamos à margem da rodovia, a mercê de carros e caminhões. Quando foi lançado o projeto da duplicação, o governo do estado alegou que não há espaço suficiente para fazer uma ciclofaixa”, diz.
De acordo com ele, a meta é realizar novas manifestações para sensibilizar o governo do estado sobre a situação. Hoffmann afirma que o principal objetivo das duas entidades é uma reunião com o governador Raimundo Colombo para falar sobre o assunto. “A bicicleta não é um meio de lazer, a ciclovia é uma necessidade. E o que queremos é sensibilizar o governador sobre o assunto. A engenharia é feita para transformar, quando não se consegue, é porque o engenheiro não quis”, diz.
O presidente da Cicloação, de Itajaí, Jorge Andriani, lembra que acompanha o andamento da duplicação da rodovia desde a apresentação do projeto. Ele participou da audiência pública realizada em 2012, em Itajaí, e destaca que, na época, já questionou o Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) sobre a falta de ciclovias.
“Eles já vieram com o projeto pronto, não houve debate. Eu questionei se o projeto previa ciclofaixa e apenas me responderam que não. Ao final da audiência eu mostrei a lei que diz que no projeto de toda nova rodovia precisa constar a ciclovia e também a lei 15168/10, que diz que nos projetos de recuperação de rodovia, como é o caso da SC-486, precisa constar a inclusão de ciclofaixa. Eles sabem disso, e fizeram vista grossa”, diz.
Andriani destaca que depois disso, os ciclistas tiveram reuniões com o Deinfra em três oportunidades para discutir o assunto, e que foi prometido a inclusão de faixas de múltiplo uso no projeto. “O que conhecemos por faixa de múltiplo uso é o exemplo de Balneário Camboriú. Se fosse assim, estaria ótimo, mas na assinatura da ordem de serviço foi apresentado o mesmo vídeo da audiência pública e eles só sinalizaram o acostamento de outra cor para dizer que é a faixa de múltiplo uso”.
O presidente da entidade ressalta que a intenção é fazer com que as leis sejam cumpridas. “Não tem como parar a obra, mas o governo do estado cometeu um grande erro quando não incluiu a ciclovia no projeto. O acostamento é uma área de fuga da pista de rolamento, não podemos trafegar em segurança neste espaço e é por isso que nós vamos lutar”.
Requerimento
A mesa-diretora da Câmara de Brusque apresentou na sessão de terça-feira, 22, um requerimento de apoio a construção de ciclovias em toda a extensão da rodovia Antônio Heil (SC-486).
O documento, que deve ir para votação na próxima sessão, destaca que a implantação de ciclovias seria uma iniciativa pioneira em nível estadual e nacional e, por isso, pede o auxílio imediato do governador Raimundo Colombo para a revisão dos projetos de duplicação da rodovia em função da implantação de ciclovias e, ainda, o apoio das Câmaras de Itajaí e Guabiruba como forma de pressionar e sensibilizar o chefe do governo catarinense.