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Grupos políticos negociam indicações à presidência da Câmara de Brusque

Acordo firmado em 2016 pode não ser cumprido, segundo integrantes da base governista

A sucessão do presidente da Câmara de Brusque, Celso Carlos Emydio da Silva (DEM), gera articulações nos bastidores da política local. Ainda que exista um acordo em pé, há fortes indicações de que a base governista poderá lançar candidato próprio.

A presidência da Câmara havia sido decidida em um acordo selado em 2016 por parte do grupo até então independente. Ficara decidido que os presidentes seriam: Jean Pirola, do PP, em 2017; Celso Emydio, em 2018; Paulo Sestrem, do PRP, em 2019; e Sebastião Lima, do PSDB, em 2020.

Mas desde que este trato foi feito houve várias mudanças. O governo deixou de ser minoria, já que alguns vereadores aderiram à base governista, casos de Jean Pirola e Cleiton Bittelbrunn (PRP).

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Depois de vários embates na Câmara, a eleição deste ano foi fundamental para trincar a relação entre o bloco oposicionista e governista. Com isso, o acordo de dois anos atrás está em risco.

É importante para o governo ter o presidente porque ele tem o poder de pautar o que será votado em cada sessão. Um aliado pode acelerar a tramitação de projetos ao colocá-los na ordem do dia mais rapidamente e até convocar sessões extraordinárias, se necessário.

Um presidente oposicionista pode atravancar a pauta da Câmara de Vereadores, não colocar os projetos enviados pelo prefeito na ordem do dia e usar do regimento interno para decidir por si só o que deve ser votado.

O vice-prefeito de Brusque, Ari Vequi (MDB), adota uma postura cautelosa. Afirma que o seu grupo político não participou do acordo de 2016, mas, ao mesmo tempo, não tem restrições de nome nem da base nem da oposição, ou seja, Sestrem e Lima.

“O que digo é que os [da base governista] que apresentarem os oito votos para a presidência, a gente conversa, senão mantém o que está”, declara o emedebista, principal articulador político da prefeitura.

Ainda que fale em candidato governista, Vequi diz que o acordo pode ser mantido. Acrescenta, ainda, que o grupo de Sestrem é independente, não oposicionista, e que a Câmara tem sido parceira em temas importantes para o município.

Com discurso de apaziguamento, Vequi afirma que o Executivo não irá interferir na eleição do Legislativo municipal e pede fim à divisão. “É um momento de união, acabar com o ‘nós e eles’”.

O nome de Ivan Martins (PSD) é ventilado como a principal candidatura governista, nos bastidores da Câmara. Ele confirma a sua intenção.

“Com certeza, terá alguns vereadores que irão pleitear a presidência. Da mesma forma, estarei pleiteando o cargo máximo da Câmara. Meu nome estará à disposição dos demais vereadores para a presidência”, afirma o pessedista.

O líder do governo, Alessandro Simas (PSD), diz que ainda não foi discutida a situação da presidência.

Sem obrigação
Para entender a questão eleitoral na equação, Jean Pirola é fundamental. Ele fez parte do grupo que selou o acordo e chegou a ser presidente no primeiro ano dessa legislatura. O pepista, antes independente, passou a ser base governista neste meio-tempo.

Sobre a sucessão na presidência, Pirola diz que o acordo de dois anos atrás já não é válido. O seu cumprimento pode ou não acontecer, sem obrigação de nenhum lado.

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“Existia o acordo, mas quando um dos lados quebra, o outro não precisa ter compromisso. Estamos estudando a avaliando”. Para o pepista, o descumprimento aconteceu nessas eleições.

“Foi uma pergunta que eu fiz no dia da reunião, se tinha alguém com interesse em ser candidato a deputado federal ou estadual e ninguém se manifestou. Eu fiz o pedido para ser presidente no primeiro ano porque tinha esse interesse. Cumpri o acordo renunciando, mas apareceram mais cinco candidatos naquele grupo”, explica.

Tudo mantido
Sestrem, que seria o próximo presidente, afirma que o acordo estabelecido em 2016 está mantido. “Até agora, vamos que está tudo certo”, resume.

O vereador diz que como presidente terá uma posição de isenção, ou seja, sem ser pró nem contra o governo.