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GTB capacita novos agentes

Atualmente, Guarda de Trânsito sofre com pessoal reduzido depois de uma série de desistências

Para recompor o efetivo da Guarda de Trânsito de Brusque (GTB), que hoje conta com 13 agentes nas ruas, uma nova turma de agentes foi convocada por meio de concurso público. Os alunos estão fazendo o Curso de Formação de Agentes de Trânsito (CFAT) e devem começar a trabalhar nas ruas no ano que vem. Até lá, a população terá de depender, principalmente, da Polícia Militar, que, apesar do baixo efetivo, atende também este tipo de ocorrência.

O CFAT é composto por várias disciplinas, que vão desde primeiros socorros até legislação de trânsito. No total, a capacitação possui 200 horas/aula. Depois de passar pela sala de aula, os novos agentes vão para as ruas para um estágio de 15 dias que tem a meta de adaptá-los ao trabalho diário. Depois disso, os aprovados farão um curso de condução de veículos de emergência.

Para o diretor da GTB, Adalberto Zen, esta segunda turma possui uma vantagem em relação à primeira – que fundou a guarda. “Já faz três anos que a GTB existe. A comunidade já está acostumada. Pesquisas mostram que as pessoas apoiam que o trânsito seja fiscalizado. Essa nova turma já está recebendo o caminho trilhado, é só seguir o caminho certo que não tem erro”, afirma.
Policial Militar
É difícil traçar um paralelo entre a formação de um agente de trânsito e um policial militar, porque a finalidade dos dois é diferente. Enquanto os agentes têm uma formação completamente limitada ao trânsito, os policiais possuem aulas do Código Penal, defesa pessoal, tiro, ética militar e outras.

O Curso de Formação de Soldado (CFSD) da PM tem duração de oito meses, divido em três módulos. Em um deles, explica o comandante do 18º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Moacir Gomes Ribeiro, há 60 horas de legislação de trânsito, totalizando 180 horas no total, um pouco menos do que a quantidade ministrada para os agentes de trânsito. “Esse curso é mais voltado para trânsito e legislação, já o PM tem aulas de tiro e outras disciplinas que não temos porque não atuamos diretamente na segurança pública. Na área de trânsito nos aperfeiçoamos mais”, afirma Zen.
Fonte de estresse
Há 27 anos na polícia, o tenente-coronel Gomes é categórico ao afirmar que o trânsito é a área mais complicada para se trabalhar. “Para mim, o trânsito é a pior área para se trabalhar na Polícia Militar. O trânsito é gerador de conflitos e de estresse porque ninguém gosta de ser multado”, diz.

As multas são um mal necessário para Gomes. Foi através da punição administrativa que Brusque conseguiu reduzir o número de mortes nas ruas em 50% de 2009 para 2013, de 33 para 15. Segundo Gomes, anualmente a tropa passa por uma reciclagem dos conhecimentos aprendidos no CFSD. “Durante um ou dois dias são reforçados os conhecimentos da legislação de trânsito e repassadas atualizações na lei”, afirma.

O diretor da GTB afirma que um trabalho com uma psicóloga da prefeitura também é realizado para preparar os agentes para o relacionamento interpessoal entre os membros da guarda e com a população.

Primeira turma
A primeira turma da GT formou-se em 2011 e era composta por 29 alunos. No entanto, este número foi drasticamente reduzido para 13 ao longo do tempo. Segundo Zen, praticamente todos saíram porque passaram em concursos públicos com melhor carreira. “Boa parte foi para a Polícia Militar ou para os Bombeiros Militares”, diz. Apenas um agente foi demitido por mau comportamento.