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Guabiruba poderá receber pelotão da Polícia Militar

Comando do 18º BPM e prefeitura querem elevar status da corporação a fim de aumentar efetivo

Na última sessão da Câmara de Guabiruba, o comandante do grupamento da Polícia Militar do município, sargento Marciano Panca – convidado para falar sobre a segurança no município -, falou na tribuna sobre as dificuldades da PM guabirubense, e pediu apoio dos políticos e da sociedade para pressionar o governo estadual. O maior problema, como sempre, é o efetivo; no entanto, duas medidas estão sendo estudadas pelo poder municipal e pelo comando do 18º Batalhão de Polícia Militar para melhorar a situação: a instalação das câmeras de vigilância e a elevação do status da PM de grupamento para pelotão. Ambas iniciativas esbarram num obstáculo: a falta de recursos.

A principal medida e mais duradoura no sentido de melhorar o policiamento em Guabiruba seria a transformação da PM em pelotão. Na prática, isso significa que um oficial seria designado para comandar a polícia, e o número de policiais seria aumentado, bem como o de viaturas. O comandante do 18º BPM, tenente-coronel Moacir Gomes Ribeiro, diz que já houve uma conversa informal sobre esta possibilidade. “Possibilidade de transformar em pelotão há. Guabiruba tem todas as condições de receber um pelotão, mas tudo isso é uma tratativa que temos que ter como comando-geral da PM para que isso seja possível. Agora, para receber um pelotão, que é um pouco maior, seria necessário construir uma nova estrutura”, diz o comandante.

Aí mora o problema, a PM não tem como arcar com os custos de adquirir um terreno nem de construir. Para viabilizar o projeto, será necessária uma parceria com a prefeitura e, quem sabe, com a iniciativa privada. Embora a segurança pública seja de competência do estado, o prefeito Matias Kohler afirma que o município tem interesse em ajudar a PM de Guabiruba. “Temos um terreno que podemos doar para eles. Lá já vai se instalar o Corpo de Bombeiros, é uma área grande que daria a polícia também ir para lá”, afirma.

Luana Schumacher, coordenadora do Núcleo Empresarial de Guabiruba, da Associação Empresarial de Brusque (AciBr), afirma que a entidade não tem interesse em ajudar financeiramente na construção de uma sede. “Se ajudarmos, daqui a pouco estamos construindo escolas e hospitais. Isso é dever do poder público. Nós podemos ajudar pressionando os governantes”.

“Em 2004, Guabiruba tinha 14 policiais para 15 mil habitantes. Hoje, ela deve ter uns 20 mil habitantes, e tem 10 policiais. A estatística do governo é de um policial para cada mil habitantes. Então precisaríamos ter aqui, pelo menos, 20 policiais”, disse na Câmara de Guabiruba o sargento Panca. Caso o grupamento passe a ser pelotão, será mais fácil alcançar este número.

O problema de efetivo não é exclusividade de Guabiruba. A PM sofre com um déficit na tropa em todas as cidades. Em razão disso, em julho foram enviados 15 novos PMs para o 18º BPM. Inicialmente, eles seriam distribuídos entre os cinco municípios abrangidos pelo batalhão, porém, uma determinação de Florianópolis obrigou que os novos soldados ficassem nas cidades-sede dos batalhões. E, segundo tenente-coronel Gomes, não há previsão de enviar novos policiais para Guabiruba até o fim do ano.

Bem-te-vi

A segunda medida para conseguir frear a criminalidade em solo guabirubense é a instalação de nove câmeras de vigilância por meio do programa estadual Bem-te-vi. A prefeitura assinou em outubro do ano passado um convênio com o governo do estado para a instalação do videomonitoramento. Os aparelhos deveriam entrar em funcionamento até o fim deste ano, mas um problema na licitação travou o processo, e agora tudo indica que somente em 2015 o programa se tornará realidade. O sargento Panca pediu na Câmara que os vereadores e o prefeito pressionem o governo estadual a dar mais rapidez a este processo. O prefeito, por sua vez, diz que esperará as eleições para reivindicar algo.

A contrapartida da prefeitura foi de R$ 98.922,50, enquanto o estado investiu R$ 130.122,50 no Bem-te-vi. Este montante será usado para a instalação e manutenção das câmeras. O monitoramento será feito no Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), em Brusque. E aí surge outro problema: a obra do Copom está parada por falta de verba. O comando do 18º BPM está buscando com a iniciativa privada R$ 400 mil para finalizar o prédio. “Mesmo que as câmeras estivessem funcionando hoje, eu não teria como monitorá-las porque o novo prédio não está pronto. Antes das câmeras temos que acabar a obra do Copom”, afirma o tenente-coronel Gomes.

Enquanto as câmeras não chegam e o novo prédio não é construído, o tenente-coronel Gomes afirma que o efetivo de Brusque continuará a prestar apoio à PM de Guabiruba quando houver necessidade, como já tem ocorrido.