Funcionários da prefeitura com o auxílio de brigadistas do ICMBio instalaram as placas nos limites do parque
Guabiruba sinaliza território do Parque Nacional da Serra do Itajaí
Placas devem demarcar os limites do parque no município informando a população e os visitantes, além de inibir crimes ambientais como a caça e a extração de palmito
Uma parceria entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a prefeitura de Guabiruba resultou em uma ação inédita para o Parque Nacional da Serra do Itajaí. A unidade de conservação, que sofre constantes invasões ilegais recebeu placas sinalizando os limites do território do parque para conscientizar a população da importância do local e inibir possíveis crimes ambientais. A intenção é futuramente instalar a sinalização em todo o entorno do parque, abrangendo todas as cidades.
Dos nove municípios que fazem limite com o parque, Guabiruba é o primeiro a instalar a sinalização. As placas foram custeadas pela prefeitura e instaladas na sexta-feira, 16, junto com uma equipe do ICMBio, órgão responsável pelo parque. Foram seis placas instaladas nas localidades do Lageado Alto, Cristalina, Sibéria, Planície Alta e Aymoré. A sinalização foi colocada na chamada zona de amortecimento do parque que é uma distância de aproximadamente 500 metros da linha de limite da unidade.
Segundo o secretário de Planejamento Urbano, Infraestrutura e Trânsito, Wagner Paulo Butsch, a ação tem o objetivo de conscientizar os moradores. “A população em geral não sabe onde começa ou qual é a zona de amortecimento do parque. Então com essas placas eles terão consciência de que estão perto e de que é uma área restrita. Também serve para inibir um pouco a caça, que acontece muito em Guabiruba”, explica o secretário. Ainda segundo ele, outras ações para informar já estão sendo planejadas.
A chefe do Parque Nacional da Serra do Itajaí, Viviane Daufemback, explica que a maioria das pessoas desconhece os benefícios da área de conservação e por isso vê o parque como algo que só trouxe proibições à comunidade. “Temos que pensar que essa é uma área super importante com relação a biodiversidade, a proteção dos mananciais e do ecossistema. Um exemplo disso, e que a maioria desconhece, é que boa parte da população se abastece da água que nasce e vem do parque nacional”, destaca ela.
Viviane ainda ressalta, que Guabiruba é uma das cidades com o maior número de incidentes de caça dentro do parque e também de extração de palmito. “A região tem uma questão cultural muito grande com relação a caça. Já o palmito gera um recurso financeiro muito grande”, ressalta. A fiscalização acontece por meio de denúncias, ações de rotina e planejamento realizadas pela equipe de brigadistas, além do apoio da Polícia Militar Ambiental e da Polícia Militar de Blumenau. O intuito é ampliar a ação de sinalização para os demais municípios do parque, porém o ICMBio não tem recursos financeiros e precisa da parceria com as cidades envolvidas, como aconteceu em Guabiruba.
O Parque
A unidade de conservação tem mais de 57 mil hectares de floresta que envolve os municípios catarinenses de Apiúna, Ascurra, Blumenau, Botuverá, Gaspar, Guabiruba, Indaial, Presidente Nereu e Vidal Ramos. O Parque Nacional (Parna) da Serra do Itajaí é uma área de conservação nacional e foi criado em 2004 para proteger a Mata Atlântica da região. As paisagens com muito verde, cachoeiras e riachos são procuradas para visitação e prática de esportes. As visitas podem ser realizadas mediante autorização do ICMBio.
Visitação
O parque ainda não tem uma área de visitação regular, mas a população pode ter acesso no Setor Nascentes em Blumenau, por meio de uma autorização emitida pelo ICMBio. Além disso, a administração tem conhecimento de outros áreas particulares dentro do parque que recebem visitação frequente, como a região da Minas da Prata e o Parque Ecológico do Spitzkopf em Blumenau e o Recanto Feliz em Botuverá.
A unidade de conservação também é frequentemente procurada para práticas esportivas como a caminhada em trilha e a pedalada. Segundo Viviane, a ideia é incentivar a visitação, além de buscar apoiadores para o parque. “Estamos numa fase de implementar um plano de voluntariado que vai começar a dar apoio na visitação e monitoramento de trilhas. E uma das nossas ações é fomentar as bicicletas no parque, pois é uma atividade de baixo impacto e que quando bem planejada se tornam parceiros da unidade de conservação”, afirma a chefe.