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Guabirubense que mora na Califórnia conta como está situação do coronavírus na região

Jhennnyffer Emmily Cassol vive na cidade de Lafayette

Jhennnyffer Emmily Cassol, de 22 anos, nascida em Florianópolis e radicada em Guabiruba há mais de dez anos, atualmente mora em Lafayette, na Califórnia, nos Estados Unidos. Ela relatou ao jornal O Município como está a situação do coronavírus na região onde vive.

Jhennyffer é intercambista e mora há mais de 17 meses nos Estados Unidos trabalhando como Au Pair. Ela mora com uma família anfitriã e cuida das crianças deles.

Ela relata que na região onde mora há casos de coronavírus. Na “Bay Area”, que é a área da baía de São Francisco, chegou um cruzeiro em Oakland city com 22 infectados pelo Covid-19, na segunda-feira, 9 de março. “Os infectados estão de quarentena, as outras mais de mil pessoas foram levadas a uma base militar na Califórnia, onde estão fazendo os testes”.

A intercambista recorda que o número de casos suspeitos aumentou após 23 de fevereiro e dali em diante surgiram os confirmados. “Na Califórnia ainda estão avaliando principalmente as pessoas que chegam de viagens internacionais, tanto em avião quanto cruzeiros”.

Na sexta-feira, 13, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decretou estado de emergência nacional. “Apenas residentes permanentes dos EUA podem entrar no país com voos vindos da Europa”, comenta.

Jhennyffer diz que a população recebeu orientações para evitar socialização, lavar as mãos e evitar contato físico com outras pessoas.

A população pode sair de casa, mas estão evitando. “Estamos nos prevenido do pior pois como eles dizem, por mais que eu não estou na zona de risco, eu poderia pegar o vírus e passar para alguém com imunidade baixa”.

Medo do desconhecido

Ela percebe que as pessoas que moram na América do Norte estão em pânico por ser um vírus sem vacina para conter. “Medo do desconhecido”, afirma.

“O meu medo é de ficar doente e o seguro saúde não conseguir arcar com a conta do hospital pois aqui nos Estados Unidos por mais que tenhamos o seguro saúde, se quebrar uma perna ou o que seja, vai custar muito caro”, comenta a intercambista.

Jhennyffer conta que as pessoas dizem para chamar um motorista de aplicativo caso ficar doente porque é muito caro chamar a ambulância para ir até a sala de emergência.

Situação nos mercados

A intercambista relata que os norte-americanos estão desesperados e estocando comida e a grande maioria dos mercados e farmácias estão com as prateleiras vazias. “Estocar comida foi uma das primeiras coisas que fizeram. Comida enlatada, alimentos não perecíveis, remédios e o mais comentado, papel higiênico”.

Jhennyffer diz que as pessoas estão muito preocupadas com o papel higiênico. “Em um site do bairro um morador encarecidamente pediu se alguém teria papel higiênico para doar pois as pessoas compraram tudo o que tinha na prateleira”.

Transporte e estabelecimentos

As aulas na região onde Jhennyffer mora foram canceladas até abril, desde pré-escola até as universidades, mas muitos estão tentando fazer aulas on-line.

O transporte público, o trem de San Francisco Area, será fechado na semana que vem. Aplicativos de transporte também quase não funcionam porque os motoristas estão sendo avisados para ficar em casa.

A intercambista conta que as grandes companhias aéreas estão com valores muito baixos, mas menos pessoas estão viajando. “Por exemplo, viajar da Virgínia para Miami estava por $ 100, o que geralmente era $ 400 para mais. Ninguém está querendo viajar e pegar o vírus”.

Com relação ao trabalho, a maioria das pessoas que trabalham no centro de São Francisco estão fazendo home office para evitar contato com outras pessoas.

“Grandes eventos como Coachella, shows e conferências estão sendo cancelados até que decidam novamente uma data. Para isso, o índice de pessoas com vírus tem que diminuir ou nem existir mais”, diz.

Uma rede de mercados em Lafayette está fechada até abril e muitos outros estabelecimentos, como bares e restaurantes, estão fechando.

Jhennyffer percebe que as pessoas estão obedecendo à risca as orientações. “Pelo que vejo todo mundo da cidade e área estão em casa. Até mesmo a igreja fez tudo online”.

Ela se preocupa com quem mora aqui no Brasil. “Gostaria de dizer que espero de coração que todos entendam a gravidade e que mesmo as pessoas achando que não é perigoso pra elas, podem afetar outras pessoas. Juntos, como comunidade, conseguimos nos manter e cuidarmos para não ficar doentes. Não é um vírus comum, então sejamos racionais e tenhamos compaixão nesse momento”, finaliza.

Confira o vídeo: