Günther Lother Pertschy deixa a reitoria da Unifebe comemorando conquistas
Ele será sucedido no cargo pela professora Rosemari Glatz
Após oito anos à frente do Centro Universitário de Brusque (Unifebe), Günther Lother Pertschy deixa a reitoria da instituição nesta terça-feira, 9, para dar lugar à Rosemari Glatz. O reitor sai com a sensação de dever cumprido e com a marca de ter sido um dos responsáveis pela elevação do nome da Unifebe no estado.
Pertschy concedeu entrevista coletiva para fazer um balanço sobre o seu período como reitor. De antemão, falou que é uma tarefa bastante difícil conseguir resumir oito anos de trabalho em poucos minutos.
Pertschy voltará a lecionar, como fazia antes de ser eleito reitor. Ele também pretende se dedicar mais à família e descansar, depois de tantos anos de agenda cheia. Ele também deixou a presidência da Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe).
O reitor pretende continuar em Brusque e garante que não sumirá de repente da vida comunitária. “Não sou brusquense nem de direito nem de fato, mas aqui nasceu minha filha e decidi que aqui passarei meus dias”.
Foco e planejamento
Pertschy diz que a sua gestão foi construída sobre três pilares. O primeiro deles é o investimento nos talentos humanos, tanto na captação e formação de estudantes, como na capacitação de funcionários e professores.
O segundo pilar foi a busca por novas tecnologias para auxiliar no processo de aprendizado e no trabalho. Formado em Processamento de Dados, Pertschy considerou a modernização fundamental para o desenvolvimento da instituição.
O terceiro pilar foi a captação de recursos por meio de entidades representativas e também junto ao governo do estado.
Com essa base, foi possível avançar nos outros aspectos, que já estavam projetados. Pertschy destacou que a sua gestão procurou pensar a Unifebe no futuro.
“Um marco da nossa gestão ocorreu em 2012, quando com a união de todo o administrativo, docentes, acadêmicos e comunidade nos debruçamos para traçar um planejamento estratégico para até 2032, ou seja, os próximos 20 anos”, comenta. Esse plano tem sido seguido e revisado periodicamente, pois o contexto socioeconômico e político tem mudado drasticamente no país.
“Podemos afirmar que não há um curso sem uma estrutura condizente e contemporânea com o que é importante para a boa formação de cada acadêmico”
Estrutura
Foi durante o período de Pertschy que ocorreu a ampliação do bloco D e inauguração do bloco E, no campus Santa Terezinha. O investimento em infraestrutura foi um ponto forte da gestão.
“Podemos afirmar que não há um curso sem uma estrutura condizente e contemporânea com o que é importante para a boa formação de cada acadêmico”, afirma o reitor.
Ele diz que esses ambientes, modernos e alinhados à prática, são usados pelos alunos durante as aulas normais, não são apenas visitados em momentos específicos.
Internacionalização e pesquisa
As parcerias com as instituições da Europa, principalmente Alemanha e Portugal, também foram marcantes durante a reitoria de Pertschy. Ele afirma que hoje em dia o Ministério da Educação já analisa também o aspecto da internacionalização para avaliar as entidades.
Embora como centro universitário tenha que investir somente em iniciação científica, a Unifebe foi além e avançou também na pesquisa. O reitor destaca que hoje existem grupos de pesquisadores cadastrados no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) dentro da instituição.
“Esperamos que Brusque e região e os aparelhos hospitalares se beneficiem, principalmente o nosso parceiro Hospital Azambuja”
Novos cursos e colégio
Pertschy afirma que um dos seus orgulhos é ter iniciado vários cursos e vê-los dar certo. Durante a sua gestão, começaram os cursos de Arquitetura e Urbanismo e as engenharias Civil, Mecânica e Química.
Há poucos dias, o reitor participou da primeira outorga de grau de Engenharia Mecânica. Para ele, foi um fato marcante que mostra que esse ciclo do novo curso se fechou.
A Unifebe também lançou recentemente o curso de Jogos Digitais, que, para Pertschy, é uma profissão do futuro.
A “menina dos olhos” da Unifebe foi o lançamento do curso de Medicina, cujas aulas iniciaram neste semestre. O reitor diz que a entrada no campo da saúde ocorreu com o lançamento da Psicologia e agora avançou.
Para ele, a criação do ensino de Medicina no município é algo que vai se refletir futuramente na cidade. Ele cita como exemplo o mercado imobiliário, que deverá ser movimentado porque a maioria dos alunos é de fora e precisará alugar casa no município.
“Esperamos que Brusque e região e os aparelhos hospitalares se beneficiem, principalmente o nosso parceiro Hospital Azambuja”, declara.
A Unifebe lançou, no ano passado, o Colégio Universitário. Pertschy afirma que foi um marco importante e era uma necessidade antiga identificada pelo centro universitário. Ele destaca que é uma proposta “inovadora e diferenciada” do Ensino Médio.
Foi durante a gestão de Pertschy que foi criada a Editora Unifebe, para fomentar o lançamento de obras importantes no contexto local.
Reconhecimento
Pertschy foi homenageado na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). Além disso, recebeu o prêmio Gilles Boulet – Prêmio Internacional de Gestão e Liderança Universitária. Ele também foi eleito conselheiro da Organização Universitária Interamericana.
A instituição foi reconhecida pelo MEC. “Desde que assumimos, não teve um curso abaixo do conceito 4”, ressalta, em alusão ao fato de que cursos com notas 3 e abaixo são auditados pelo ministério.
Boatos
O reitor aproveita para rechaçar os boatos de que assumirá alguma secretaria na Prefeitura de Brusque. Ele diz que tem passado por momentos de “estranheza” porque há muita gente publicando histórias nas redes sociais que ele classifica como invenções ou maldades. “Querem inventar coisa que não existe”.