Lorena Polli

No dia 25 de maio comemora-se o dia da costureira. Profissão essencial para a confecção de roupas, uniformes, proteção do frio, a costura foi se reinventando ao longo dos anos e teve a moda como aliada.

Além disso, deu oportunidade para várias mulheres que muitas vezes aprenderam a fazer os primeiros pontos com a mãe ou avó. 

E por isso, independente de onde estivessem, tinham emprego para criar ou reproduzir as mais variadas peças de roupas.  Atualmente, estima-se que haja mais de 5 mil profissionais na região. Entre elas está a costureira Vaneide Rosa de Jesus, natural de São Paulo e moradora do bairro Paquetá, que trabalha há mais de duas décadas no município.

Aos 16 anos, vivia com a mãe, o padrasto e duas irmãs na capital paulista. A mãe de Vaneide trabalhava no camelô, mas teve que parar por determinação do marido. Foi então que comprou uma máquina de costura para trabalhar “escondida”. Foi ali que Vaneide começou a aprender o ofício.

Começou então a trabalhar de arrematadeira em uma fábrica de calcinhas. Foi nessa empresa que recebeu treinamento e aprendeu a costurar, pois admirava  as costureiras trabalhando na máquina. “O patrão viu que eu era curiosa e logo me colocou para aprender”, conta.

Chegada a Brusque

Anos depois, já em outro emprego, ela teve o contato que a traria para Brusque, com a hoje presidente da Associação Empresarial, Rita Conti, por volta de 1999.

“Nós fazíamos peças-piloto para a Rita Conti. Na época, a gente trabalhava com lingerie, e ela nos convidou para vir Brusque fazer as lingeries aqui”, recorda.

Após o convite, com o então marido desempregado e os filhos crescendo em um local que estava ficando perigoso, a costureira decidiu se mudar pra Brusque com a família.

“Cheguei aqui no dia 6 de dezembro de 2000, e no dia 9 já comecei a trabalhar na Intimamente, no galpão que ficava no Santa Terezinha. Eu treinava o pessoal e a minha comadre fazia a coleção”, relembra.

No fim, a empresa de lingerie não deu certo, e elas foram trabalhar na fábrica de pijamas, no bairro Primeiro de Maio. A comadre dela não gostou da mudança e voltou para São Paulo, e Vaneide ficou. Em 2002, ela parou de trabalhar na fábrica de pijamas.

Meses depois, Vaneide começou a trabalhar na Warusky Confecções e continuou a fazer serviços em casa. Ela já está na empresa há 18 anos. “Fui me acostumando lá, fiquei mais de seis anos na produção, hoje trabalho fazendo amostras na máquina reta, de acabamento”, destaca.

 Facção em casa

Além de trabalhar na Warusky, ela possui uma facção em casa, junto com a filha Vanessa, de 34 anos. Elas fazem vários tipos de peças, como biquínis, regatas, modinhas e roupas sob medida.

Vanessa decidiu seguir os passos da mãe após ter uma filha. Ela não queria deixar a menina com estranhos e decidiu que trabalhar em casa seria melhor.

Vaneide acreditava que ela não iria aprender, pois durante toda a vida não teve contato com a costura, mesmo trabalhando em casa. Apesar disso, ela começou aos poucos e já está há 12 anos exercendo a profissão ensinada pela mãe.

“Agora meu filho mais novo está lançando a marca dele, e vamos começar a produzir pra ele. São camisetas, malhas e moletons, estou muito empolgada e quero que dê certo”, ressalta.

Nova realização na área

Costureira há mais de 40 anos, Vaneide quer se aperfeiçoar na modelagem de peças, pois ainda hoje faz o corte “no olho”, e com imagens das peças.

Ela destaca que já que vai produzir as roupas da marca do filho Vitor, de 21 anos, quer aprender a fazer essa parte da produção.

Vaneide acredita que é importante para as costureiras aprenderem a utilizar várias máquinas, pois isso não vai limitar o que pode fazer com o aprendizado.

“Se você não puder trabalhar em uma firma, um dia faz algo em casa, costura para fora e arruma um meio de ganhar dinheiro. Além disso, dá pra fazer artesanato, bolsas, bonecas de pano, várias coisas”, ressalta.

A costureira agora trabalha na produção da marca de roupas lançada pelo filho, Vitor. Foto: Divulgação

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