Há 30 anos no sacerdócio, padre Joãozinho fala sobre trajetória e repercussão nas redes sociais
Brusquense tem mais de 1 milhão de seguidores em todas as plataformas
Brusquense tem mais de 1 milhão de seguidores em todas as plataformas
No dia 19 de dezembro, como já se tornou tradição, o padre Joãozinho Almeida presidiu em Brusque, como sempre faz no período das férias, uma missa na igreja Matriz São Luís Gonzaga, onde foi ordenado em 1992. Em dezembro, ele completou 30 anos de sacerdócio e voltou para casa para celebrar mais um momento marcante.
Atualmente, ele mora em São Paulo, mas, sempre que pode, sempre busca voltar às suas origens. Até hoje, sua mãe e outros familiares ainda moram em Brusque.
Ele é presidente da mantenedora da Associação Dehoniana Brasil Meridional (ADBM), professor de Teologia, tem um programa semanal na TV Evangelizar, o Rhema, realiza shows e palestras e também faz um trabalho muito grande nas redes sociais.
Joãozinho iniciou em 2013 a publicação do “#minisermão” no Twitter, aproveitando-se da proposta da rede, que é de posts curtos. Com a grande repercussão, ele passou a usar outras plataformas para divulgar seu conteúdo, que hoje é traduzido para diversas línguas, inclusive Libras, e atinge mais de 1 milhão de pessoas diariamente.
Pe. Joãozinho é brusquense e começou a estudar Filosofia em 1984, na antiga Febe. Ele conta que estudava junto com o Padre Léo, que morreu em 2007, e que, a partir disso, construíram uma história de parceria. Pe. Léo foi o convidado de Pe. Joãozinho para celebrar sua primeira missa, em 1992.
“Quando ele ficou padre, veio para Brusque trabalhar no Colégio São Luiz, e eu fui fazer mestrado em Minas Gerais, estado onde ele nasceu. Essa coisa da missão coloca a gente onde Deus quer. Tivemos muitas histórias conjuntas, meu primeiro livro e minha primeira canção gravada passaram um pouco pela parceria de missão com ele”
Ele conta que, todos os anos, busca celebrar uma missa em Brusque para lembrar a data de sua ordenação. O padre Joãozinho saiu da cidade aos 11 anos e nunca viveu a sua missão na cidade em que nasceu. Por isso, para ele, é importante manter uma ligação com suas origens.
“Agora, porque é 30 anos, é uma marca simbólica, mas todo ano eu peço ao pároco para celebrar uma missa em 19 de dezembro. Às vezes, é uma missa simples, sem música, sem muito anúncio, sem transmissão. Há um momento na ordenação que o padre se deita no chão e ele se entrega todo à missão, que chamamos de prostração, então eu olho para aquele chão e me lembro. É sempre muito simbólico celebrar e fazer a homilia naquele lugar”, diz.
Pe. Joãozinho estudou Filosofia em Brusque, mas depois fez mestrado em Belo Horizonte, doutorado em Educação na USP, outro em Roma. Em 2005, trabalhou como professor de Teologia em Taubaté, onde fundou a Faculdade Dehoniana, e posteriormente se tornou técnico em Educação. “Tudo isso me levou para muitas áreas. Publiquei 60 livros, 500 músicas e aí nunca trabalhei em Brusque”.
Para o padre, 2023 é um ano especial e ele espera voltar para Brusque antes de suas férias. “A minha paróquia completa 150 anos e eu tive a oportunidade de escrever o hino do aniversário e quero me programar para estar aqui em 31 de julho. E, alguns dias depois, 14 de agosto, minha mãe Maria da Glória completa 80 anos”.
O padre Joãozinho começou a publicar nas redes sociais em 2013. “Eu tinha outras formas de atuação. Cheguei a ter programa na Rede Vida, TV Século XXI e na Canção Nova ao mesmo tempo. Essa era a minha forma de chegar ao público. Não dava muita bola para as redes sociais até que me falaram sobre o Twitter e eu fiquei interessado pela questão da síntese, de dizer tudo em 140 caracteres”, conta.
Um dia, ele estava de férias em Brusque e postou no Twitter um trecho de uma canção que nunca terminou, mas que era uma ideia recorrente: “O silêncio às vezes fala mais do que a canção. O silêncio é a voz do coração”. Ele postou e esqueceu por um tempo, mas, quando percebeu, havia tomado uma grande proporção. Ele, então, percebeu que aquilo poderia ser uma forma de chegar até as pessoas.
*#minisermao* (09/01/23)
*DEUS QUE PEDE*
Deus tudo sabe, tudo fez e tudo pode, mas costuma nos pedir favores; isso não diminui sua onipotência (Mt 3,13-17)! Pe. Joãozinho, scjhttps://t.co/XCSvSDLigr pic.twitter.com/GuTw7EDCLn— Padre Joãozinho (@padrejoaozinho) January 9, 2023
Desde então, sua atuação nas redes sociais só cresce. Várias pessoas levaram até ele a ideia do “#minisermão”, que foi, originalmente, postada em no máximo 140 caracteres no Twitter. “Fiquei quase um ano fazendo isso. Mas aí o WhatsApp se popularizou e passei a divulgar lá também. Tive a ideia de gravar em áudios de um minuto de duração e começou a viralizar em outros aplicativos de mensagens instantâneas”, conta.
Hoje, a distribuição do material de Pe. Joãozinho é feita através de uma rede informal de pessoas que começaram a se disponibilizar. O custo é zero, porque esse ecossistema digital se criou e funciona. O padre criou um grupo chamado Pastores Virtuais (Pavi) e eles são os responsáveis por espalhar o material. Só no WhatsApp, são mais de 200 grupos.
Depois que o conteúdo é enviado, se espalha de forma imprevisível. “Já cheguei a receber o meu próprio áudio”, conta. “É um trabalho de evangelização. Hoje, a minha voz é mais conhecida que o meu rosto e que o meu nome”.
Durante a pandemia, ele escolheu uma rede para privilegiar, o Youtube. Ele se dedicou a estudar e achou uma rede inteligente. Por isso, começou a investir lá. Hoje, seu canal tem 62 mil inscritos. Somando todas as outras redes, WhatsApp, Instagram, Facebook e Telegram, são cerca de 1 milhão de seguidores.
Desde que começou, ele busca novas alternativas para chegar, cada vez mais, a um número maior de fiéis. “Em 2020, o Papa Francisco pediu para rezar o terço pelo fim da pandemia e eu comecei. Aí agreguei outro elemento que é o Zoom. Como tudo virou virtual, criei os canais de terço lá e, desde então, nunca falhei um dia. Quando eu acordo, mando o horário para as pessoas e transmito ao vivo no Youtube”.
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