Hackers invadem contas de moradoras de Brusque e pedem dinheiro aos contatos
Uma delas teve que pedir o cancelamento de contas bancárias
Três mulheres relatam que tiveram suas contas invadidas por hackers em Brusque. O procedimento de invasão é semelhante nos três casos: o hacker se passa por uma pessoa conhecida, pedindo a senha do Gmail da vítima, ou solicita uma transferência bancária.
Nilcicleia Chagas Furquim, moradora de Brusque, teve suas redes sociais hackeadas desde o dia 23, quarta-feira. Ela descobriu que estava sendo hackeada quando seu perfil no Instagram começou a mandar mensagens para os contatos pedindo dinheiro via transferência bancária.
O caso aconteceu quando uma amiga pediu para utilizar o Gmail dela, e logo em seguida veio uma confirmação no celular, e ela selecionou confirmar. Após a confirmação, o celular desligou e levou alguns minutos para ligar novamente. Nesse meio tempo, uma sobrinha veio questioná-la se estava pedindo dinheiro.
De acordo com a moradora do bairro Planalto, várias pessoas entraram em contato com ela, estranhando as mensagens e a forma de abordagem. Já no dia 24, quinta-feira, ela cancelou as contas no banco e fez um boletim de ocorrência online relatando o caso.
Os hackers acessaram o Gmail, Instagram e tentaram fazer acesso na conta do banco Santander, que bloqueou a conta. Após a descoberta, Nilcicleia foi no banco e fechou todas as contas.
A moradora do bairro Limoeiro, Mylena Luiza Lino, também teve suas contas hackeadas, no domingo, 20. A tática foi a mesma utilizada no caso de Nilcicleia. O celular também desligou, e ela recebeu uma mensagem de uma tia avisando que estava pedindo dinheiro.
“No mesmo dia publiquei no Facebook que tinha sido hackeada e não passasse nenhuma informação.”, comenta Mylena. No dia 22, ela fez o boletim de ocorrência. A vítima mudou as senhas de banco e aplicativos e conseguiu recuperar a senha do Gmail.
Outra moradora do bairro Limoeiro, Alessandra Felipone, percebeu que havia sido hackeada no dia 23. “O meu celular desligou sozinho, e fiquei alguns minutos sem conseguir mexer nele. Quando ligou, apareceu o modelo Samsung A30 sendo q meu celular é um A51”, relata.
A jovem de 20 anos percebeu que no mesmo momento começaram a usar o Instagram para mandar mensagens aos contatos se passando por ela, pedindo a senha do Gmail ou transferência de dinheiro. Ela trocou as senhas de todas as contas e não conseguiu recuperar a conta do Instagram.
De acordo com o delegado da Polícia Civil de Brusque, Vitor Gustavo Alves Machado, esse tipo de ocorrência é comum e diariamente novos casos aparecem. “Há casos em que mandam o link, a pessoa clica e o WhatsApp é clonado, casos em que a pessoa se passa pela outra pedindo dinheiro.”, informa o delegado.
Machado orienta a entrar em contato com parentes da pessoa, confirmando a solicitação. Outra tática é fazer perguntas pessoais para identificar se a pessoa realmente é conhecida. “Perguntar onde a pessoa, mora, idade, algo mais pessoal”, destaca.
Ele ressalta que neste tipo de estelionato, se houve prejuízo, é muito difícil apurar a autoria e reaver o dinheiro, pois os criminosos utilizam nomes de laranja tanto nas contas bancárias como nos celulares.